sábado, 30 de junho de 2012

ACONTECEU EM CACHOEIRA/BAHIA

Dr. Nélson Aragão Filho é recebido pelo governador Jaques Wagner

No dia 25 de Junho, na solenidade de instalação da capital do Estado, em Cachoeira, o advogado Nélson Aragão Filho foi o único cidadão cachoeirano e da região, recebido separadamente pelo governador Jaques Wagner. Na ocasião, o Dr. Nélson entregou ao chefe do Executivo baiano, o Memorial assinado por advogados, militantes do Fórum local, também por integrantes dos diversos segmentos da Cachoeira e região, pedindo ao governador que interceda junto ao TJ recomendando se proceda à designação imediata de um juiz definitivo para a Vara Cível da referida comarca
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sexta-feira, 29 de junho de 2012

SUPREMO DECIDE: GREVE DOS PROFESSORES NA BAHIA É LEGAL

Segue RESUMO da
determinação do Ministro do STF, RICARDO LEWANDOWSKI:

“Isso posto, julgo parcialmente procedente o pedido formulado nesta reclamação, nos termos do art. 161, parágrafo único, do RISTF, apenas para cassar in totum a decisão ora impugnada, proferida, em 13/4/2012, na Ação Civil Pública 0329637-85.2012.8.05.0001, e determinar sua imediata remessa ao Tribunal de Justiça do Estado da Bahia, onde deverá ser originariamente processada e julgada à luz do que contido nas Leis 7.701/1988 e 7.783/1989, tudo em conformidade com os acórdãos prolatados pelo Plenário do Supremo Tribunal Federal nos Mandados de Injunção 670/ES, 708/DF e 712/PA. Julgo prejudicado o exame do pedido de medida liminar. Comunique-se, com urgência, inclusive por telefax, tanto a autoridade judiciária reclamada como o Tribunal de Justiça do Estado da Bahia. Publique-se.

ESTÁ ACONTECENDO NO ESTADO DA BAHIA

Sexta-feira, 29 de junho de 2012
A GREVE É LEGAL – STF derrubou a Liminar que declarava a ilegalidade. A LUTA CONTINUA!
O STF (Supremo Tribunal Federal) cassou, na noite de ontem 28\6, a liminar que declarava a ilegalidade da greve dos professores estaduais, proferida no longínquo dia 13 de abril pelo juiz da 5ª Vara da Fazenda Pública de Salvador, Ricardo D’ Ávila.
Esta decisão do Ministro RICARDO LEWANDOWSKI restabelece, por hora, a legalidade do movimento à luz da justiça dos homens, baseada em casos anteriores, “tudo em conformidade com os acórdãos prolatados pelo Plenário do Supremo Tribunal Federal nos Mandados de Injunção 670/ES, 708/DF e 712/PA”. O governador Wagner perde mais um round, em mais uma árdua vitória de todos os Professores do Estado da Bahia!
ATENÇÃO PESSOAL: Pode cobrar o salário atrasado que a GREVE É LEGAL! A multa diária imposta à APLB, no valor de 50 mil reais, foi para o ralo!

Cabe agora a categoria esperar mais alguns dias para que o Tribunal de Justiça da Bahia (TLBA) julgue a situação com base nas Leis 7.701/1988 e 7.783/1989, que discorrem sobre o direito de greve e sua regulamentação para os trabalhadores celetistas (regidos pela CLT) e passaram a ser indicadas pelo STF, também, suas aplicabilidades para as atividades dos setores públicos, deferindo legalidade aos movimentos grevistas dos servidores públicos civis nos mesmos modelos de competências e atribuições aplicáveis aos trabalhadores em geral (celetistas), nos termos da regulamentação da Lei no 7.783/1989, com a aplicação complementar (dupla nesses casos) da lei no 7.701/1988, que visa tão somente à "judicialização" dos conflitos que envolvam os servidores públicos civis no contexto do atendimento de atividades relacionadas a necessidades inadiáveis (essenciais) para a comunidade que, se não atendidas, coloquem "em perigo iminente a sobrevivência, a saúde ou a segurança da população" (lei no 7.783/1989, parágrafo único, art. 11), o que não é o caso do setor da educação, convenhamos.
Então, governador, pague o que deve aos professores. E pare de promover o terror, a perseguição e os crimes de assédio moral à milhares de pais e mães de família, operários da educação da Bahia.

Segue RESUMO da determinação do Ministro do STF, RICARDO LEWANDOWSKI:
“Isso posto, julgo parcialmente procedente o pedido formulado nesta reclamação, nos termos do art. 161, parágrafo único, do RISTF, apenas para cassar in totum a decisão ora impugnada, proferida, em 13/4/2012, na Ação Civil Pública 0329637-85.2012.8.05.0001, e determinar sua imediata remessa ao Tribunal de Justiça do Estado da Bahia, onde deverá ser originariamente processada e julgada à luz do que contido nas Leis 7.701/1988 e 7.783/1989, tudo em conformidade com os acórdãos prolatados pelo Plenário do Supremo Tribunal Federal nos Mandados de Injunção 670/ES, 708/DF e 712/PA. Julgo prejudicado o exame do pedido de medida liminar. Comunique-se, com urgência, inclusive por telefax, tanto a autoridade judiciária reclamada como o Tribunal de Justiça do Estado da Bahia. Publique-se.”Publicado por Railton Ramos às 04:15

quinta-feira, 28 de junho de 2012

ILHÉUS/BA: ADVOGADO DE PLANTÃO

Por Antonio Raimundo da Silveira


Parece até piada. A Justiça condenou a ex-secretária Luciana Barletta Reis, da Prefeitura de Ilhéus, sul da Bahia, por comprar uma camisola de R$ 48 com dinheiro público. A ex-secretária terá de devolver R$ 460,00 e ficará com os direitos políticos suspensos.Comprar camisola com verba pública dá condenação; desviar milhões, nem tanto"


Comprar camisola com verba pública dá condenação; desviar milhões, nem tanto" Por Antonio Raimundo da Silveira Segunda-feira, 26/03/2012 - 14:05Parece até piada. A Justiça condenou a ex-secretária Luciana Barletta Reis, da Prefeitura de Ilhéus, sul da Bahia, por comprar uma camisola de R$ 48 com dinheiro público.A ex-secretária terá de devolver R$ 460,00 e ficará com os direitos políticos suspensos por dois anos.Tecnicamente a decisão está perfeita. Servidores que se apropriam de verba pública devem mesmo ser punidos.O que chama a atenção é a quantia desviada: R$ 48. Se o desvio, por exemplo, fosse de R$ 48 milhões, será que a ré deveria se preocupar com o desfecho do caso? Pelo histórico da Justiça brasileira, tudo indica que não.


Com muita grana e os recursos processuais à disposição dos réus, é possível jogar um processo para um futuro que nunca chega. Por todo o Brasil, há milhares de gestores públicos envolvidos em apropriação de bilhões de reais que continuam livres, desviando ainda mais dinheiro público, com a certeza de que ficarão impunes. A Justiça é rápida para punir pequenos delitos, mas é lenta para alcançar os grandes e os influentes corruptos que saqueiam os cofres públicos.



Fonte: FRANCO DA ROCHA NEWS

ESTÁ ACONTECENDO NA BAHIA

Sindicato dos Professores acionará Estado pela contratação de Jorge Portugal

A Abaís, dirigida pelo professor showman Jorge Portugal, vai receber exatos R$ 1.591.774,80. Uma boa grana.O Sindicato dos Professores Estaduais (APLB-Sindicato) deve entrar na Ministério Público do Estado (MP) com uma ação de resposabilidade fiscal contra o Governo da Bahia por ter contratado empresa de Jorge Portugal para dar aulões aos alunos da 3a série. A contratação da Abaís, pelo Governo do Estado, foi divulgada com exclusividade pelo JORNAL DA MÍDIA na última segunda-feira. O objeto do contrato – com vigência de 180 dias e feito com dispensa de licitação – é a “prestação de serviços educacionais Pré-Enem”. Segundo o portal 1, o coordenador da APLB-Sindicato, Rui Oliveira, lembrou que o governo alegou falta de verba para pagar o reajuste dos professores, mas contratou a empresa Abaís Conteúdos Educativos & Produção Cultural Ltda., dirigida por Jorge Portugal, por R$ 1.591.774,80. O coordenador da APLB disse que a baixa frequência dos alunos por conta da insatisfação configura um desperdício de recursos públicos. Estavam previstos para os aulões a presença de 400 alunos. Nesta quarta-feira (27), dia do primeiro aulão, compareceram cerca de 200 estudantes, que saem da sala a cada momento.


Comentários:
01.Se o objetivo do Governo era afrontar os professores, conseguiu. Se era humilhar, fracassou, só os fracos são humilhados por atitudes mesquinhas de outros. Os professores da Bahia estão hoje orgulhosos por ser uma categoria resistente, e conscientes que estão dando exemplo aos seus alunos de como lutar pelos seus direitos, de como não se deixar abater pelas mãos do poder ditatorial. E para o Sr. Portugal, os professores deixam uma lição de cidadania e coerência. Ensinar não é só passar conteúdos para vencer competições, e ganhar montes de dinheiro às custas de quem está passando necessidade, é ensinar que a lei de gerson não é uma lei ética, e sim oportunista aplicada por maus cidadãos.
Maria Aparecida 28/06/2012 em 11:28



02.Preocupado com a eleição, o governo quer mostrar-se competente. Porém, esquece que do dinheiro do FUNDEB, dois milhões já estão em amostra ( retirados para a empresa de J. Portugal). Cabe ao Ministério Público exigir a abertura das contas do FUNDEB, assim com da ALBA, esta também não mostra seus gastos. O povo quer saber.

João Carlos Costa 28/06/2012 em 14:20



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ESTÁ ACONTECENDO NA CIDADE DA CACHOEIRA



Aniversário do militante político Pedro Cabeção


Líder da ONG A Cidadã, Pedro Erivaldo Francisco da Silva, o popular Cabeção, completa hoje, dia 28 de junho, 60 anos. Reconhecidamente, comprometido com o desenvolvimento de sua terra natal, a Cachoeira, Cabeção, destemido e temido também, não hesita enfrentar poderosos que buscam desfigurar o exercício da cidadania, os que se colocam ao lado dos opressores. É preciso que a comunidade reconheça que muitos programas de inclusão social, a materialização de obras de grande importância para Cachoeira, São Félix e região, deve-se à persistência de Cabeção em reunir lideranças em sucessivos encontros para produzir memoriais reivindicatórios às autoridades responsáveis por dar andamento e materializar pleitos das duas comunidades. Destacam-se entre muitas, a reforma da Ponte Dom Pedro II, a Estrada do Iguape, autoridade oficial dos Terreiros de Candomblé em celebrar casamentos com efeito civil, só para citar três em meio a inúmeros pleitos já realizados e outros em processo de execução, conforme consta do Memorial da Sociedade Civil, liderado e produzido pela ONG A Cidadã, que todos os anos o governador do Estado recebe formalmente, na programação de instalação do governo da Bahia, em Cachoeira, no dia 25 de Junho de cada ano.
Razão por que nós do Jornal O Guarany unimo-nos a quantos neste dia manifestam ao aniversariante Cabeção, votos de felicidades, expressando a nossa disposição em prosseguir ao seu lado, explorando todos os meios com que a comunidade cachoeirana e sanfelixta conquistem foro permanente de progresso e crescimento econômico.

quarta-feira, 27 de junho de 2012

ESTÁ ACONTECENDO NO BRASIL


CONVOCAÇÃO PARA O DIA 3 DE JULHO - POR GISA MOURA

Caros colegas, Bacharéis em Direito, de todo o Brasil, este é o momento de unirmos ao máximo nossas forças! Estaremos todos no dia 3 de julho de 2012 em Brasília. É imprescindível a presença de todos neste dia, pois, entregaremos uma carta ao Ilustre Deputado Marco Maia, frisando e agradecendo de antemão o apoio e a presença já confirmada do Dr. Rubens Teixeira, que já acompanha a nossa luta e nos apoia. O Dr. Rubens é o autor da carta a ser entregue, cujo teor conta a nossa trajetória de luta pelo sagrado e constitucional direito ao trabalho, demonstrando como nossa causa é justa e verdadeira, que somos cidadãos brasileiros de bem, estudamos e conquistamos o certificado de aptidão profissional reconhecido pelo MEC. Queremos apenas trabalhar dignamente. Nosso clamor está sendo ouvido e unindo nossas vozes seremos ainda mais. Compareçam no dia 3 de julho na Praça do Três Poderes e venham solicitar aos representantes do povo brasileiro nossa reivindicação maior: O DIREITO AO TRABALHO!

Gisa Moura
Presidente Nacional
Bacharéis em Ação

Visite BACHARÉIS EM AÇÃO-LUTA POR JUSTIÇA em: http://fimexameoab.ning.com/?xg_source=msg_mes_network

Rio+20 - o trabalho continua
Paiva Netto

Numa de suas declarações na Rio+20, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, alertou:“A Natureza não negocia com os seres humanos”. Incontestável! Prossigamos na construção da consciência planetária de sustentabilidade espiritual e de um crescimento econômico compartilhado por todos. Para isso, qualquer iniciativa deve revestir-se do espírito de solidariedade humana. Insisto nesse ponto porque é a mais eficiente das estratégias. Ainda que o documento final da Rio+20, encerrada na sexta-feira, 22/6, não seja o esperado, é possível reconhecer que mais um importante passo foi dado. Debates, esforços e providências continuam. E que ganhe o meio ambiente, pois sua preservação é indicativo de nossa sobrevivência. Parabéns ao Brasil e à ONU pelo grandioso evento!


CONGRESSO INTERNACIONAL DE EDUCAÇÃO

De 27 a 29 de junho, ocorrerá em São Paulo/SP o 11o Congresso Internacional de Educação da LBV. Neste ano, o tema central é “Avaliação: uma visão além do intelecto”.

A solenidade de abertura terá a palavra do dr. João Grandino Rodas, reitor da Universidade de São Paulo (USP). Para outras informações, acesse o site www.boavontade.com/congresso de educacao/.


José de Paiva Netto - Jornalista, radialista e escritor.

paivanetto@lbv.org.brwww.boavontade.com




Exames de Proficiência para Professores

Muitas professoras que acompanham as dicas do Inglês na Ponta da Língua querem saber quais os exames de proficiência indicados para os profissionais da área de ensino de inlgês. Portanto, o papo hoje é com essa turma que deseja se dedicar a isso e assim dar aquele up no currículo. Afinal, se você deseja realmente ser um profissional na área, precisa pensar em seu desenvolvimento.

De modo geral, tratando de conhecimento da língua inglesa, os professores devem procurar obter um desses certificados também recomendados para alunos: TOEIC, TOEFL, Michigan, FCE, CAE, CPE, IELTS. Sempre deixo bem claro que, em minha opinião, o foco deve estar sempre naqueles que são mais reconhecidos mundo a fora.

Eu tenho minhas preferências como profissional na área. Considero os exames de Cambridge muito mais robustos. Pois, eles avaliam o conhecimento do candidato em todos os aspectos: speaking, writing, listening, reading e use of English. Portanto, minha recomendação será que o profissional de ensino de inglês procure obter o FCE, depois o CAE e por fim, caso considere necessário, o CPE. O IELTS também é recomendado para essa turma. Mas, por que eu tenho essa preferência?

Exames de Proficiência para Professores
Simples de explicar! Fora os exames de proficiência em língua inglesa (como os citados acima), há também certificações específicas para professores de inglês. A própria Universidade de Cambridge, ou Cambridge ESOL, oferece um amplo leque de cursos e certificações para quem deseja se aperfeiçoar na área de ensino de língua inglesa. Entre os exames mais conhecidos e reconhecidos estão CELTA, DELTA, TKT e ICELT.

Para começar a pensar em obter um desses exames, o candidato precisará provar seus conhecimentos em língua inglesa e para isso terá de fazer os exames FCE, CAE e CPE. Ou seja, ter os exames gerais de língua inglesa são pré-requisitos para quem deseja obter um dos exames de qualificação profissional. Logo, é por isso que eu considero os exames da Cambridge os principais para quem deseja se aperfeiçoar na área e melhorar as oportunidades no mercado de trabalho. [Comentário extra: uma pena que no Brasil a grande maioria das escolas não dá a mínima para isso e muitas nem fazem ideia do que seja. Nem mesmo o governo brasileiros se incomoda com esse tipo de certificação. Portanto, muita gente pergunta, “pra que é mesmo que preciso disso então?”. Eu acho que cabe a cada um decidir se vale a pena mesmo ou não!]

Há ainda outros exames específicos para professores: CertTESOL e DipTESOL da Trinity College London; CELTTYL, também da Cambridge ESOL (esse é voltado para professores que desejam se qualificar no ensino de inglês para crianças); CertTEB, da London Chamber of Commerce and Industry/Arels (voltado para professores de inglês para negócios); e muitos outros.

Você – professora ou professor – pode clicar nos títulos de cada um deles acima e procurar saber qual é o melhor para seu perfil. Há profissionais que preferem trabalhar com crianças; logo, para esses o recomendável é que procure por certificações para o ensino de Young Learners. Outros talvez preferem se qualificar no ensino de inglês para negócios; assim, os “teaching business” são mais a cara dessa turma. Enfim, o importante é procurar saber qual o seu perfil e então correr atrás.

No Brasil muitas escolas como Cultura Inglesa, CEL-LEP, International House, Casa Thomas Jefferson e outras olham para os professores com essas certificações como se fossem joias raras no mercado. Afinal, quem corre atrás de uma certificação dessas demonstra ser um profissional dedicado e com as características que essas escolas buscam.

Por fim, caso você tenha interesse em saber mais sobre a área de ensino de inglês, não meça esforços para obter uma certificação de proficiência em inglês e também uma certificação profissional. Hoje a grande maioria das escolas pode não dar muita atenção a isso, mas no futuro as coisas podem mudar. Pois, quanto mais profissionais capacitados tivermos na área, maiores serão as chances de cobrar seriedade na arte de ensinar inglês no Brasil.

SAUBARA/BAHIA

As mulheres de Saubara e o “2 de Julho de 1823”

Por Betinho d` Saubara

O histórico, o tradicional e querido torrão saubarense foi um dos pontos do Recôncavo baiano que serviu de trincheira onde foram desenrolados os grandes préstimos em favor da tão almejada liberdade nacional. Diante disso, não se pode e não se deve omitir a força da participação dos anônimos lutadores de Saubara (roceiros, pescadores e marisqueiras) dos feitos patrióticos, quando foi ratificada a independência dos brasileiros e das brasileiras. Antigamente, quando se falava que o povo saubarense havia lutado em favor da Independência do Brasil, na Bahia, durante o período de 1822/1823, ficava entendido que somente os homens tinham participado dos grandes feitos, porém com o passar dos anos novas leituras e releituras vem sendo feitas nos raríssimos documentos escritos naquela época, e está se constatando, também, os incomensuráveis trabalhos empreendidos pelas mulheres.
Foi por intermédio da História oral, que passamos, a entender, um pouco mais sobre a participação dos homens e das mulheres saubarenses nas lutas em prol da soberania nacional, mas especificamente no que se refere à participação das mulheres, quando antigos moradores deste município praieiro através de seus relatos orais passaram e repassaram para seus descendentes os fatos acontecidos naquele período, na região do Recôncavo da Bahia.
Por muito tempo a história oficial omitiu o papel da mulher na construção do Estado da Bahia, mas, atualmente, estudos históricos revelaram que as mulheres não eram alheias à política, especialmente nas lutas mais acirradas e nem podiam ser, pois os conflitos atingiam e desmantelavam suas famílias e muitas assumiam a chefia da casa. (Aladilce Souza / 2010).
Poucas das muitas coisas que aconteceram no passado não foram ou não estão mencionadas nos livros e jornais da época. O que as pessoas consideradas comuns faziam não era valorizado, não era comentado ou não ganhava ênfase a ponto de estarem sendo divulgadas na imprensa, neste ínterim, por serem cidadãs comuns os trabalhos realizados pelas batalhadoras mulheres saubarenses em favor dos bravos lutadores não mereciam/mereceram reconhecimento por parte dos historiadores e pesquisadores, atualmente é que estão sendo objetos de estudos.
“As pessoas de classes populares não constavam da história social, permaneciam não identificadas”, ressalta Consuelo Pondé, presidente do Instituto Geográfico e Histórico da Bahia (IGHB). Nos bastidores, conta, essas mulheres sem nome cozinhavam e costuravam as fardas dos homens que iam para as frentes de batalha. (Amélia Vieira / 2009).
Todos os anos, durante o folguedo das “Caretas do Mingau” (realizado na madrugada do dia primeiro de Julho), permanece vivo no imaginário do povo de Saubara, a rememoração da época da guerra entre os brasileiros e os portugueses, quando as briosas mulheres saubarenses ajudaram seus esposos que se encontravam lutando nas trincheiras. “Eram elas que durante altas horas da noite usando horríveis disfarces (máscaras), a fim de não serem identificadas e amedrontarem os inimigos, saíam de seus lares para levarem mantimentos para todos aqueles brasileiros, que estavam brigando na Ponta da Saubara”. (Domínio popular).
Durante vários dias e meses levando não somente armas e munições, como também alimentos, roupas, agasalhos e remédios para os homens que se encontravam na guerra, as abnegadas mulheres saubarenses (mães de famílias, domésticas, roceiras e marisqueiras.) prestavam total assistência aos seus destemidos e corajosos maridos. Sabe-se que muitas dessas guerreiras participaram diretamente dos ferrenhos combates, pegando em armas (espingardas, pistolas, facas e facões.) para lutar durante muitas horas.
Essa brava participação feminina ficou registrada no Dossiê do Marechal Pedro Labatut, assim descrita: “A luta se alonga por mais de seis horas; um assalto com desperdício de cartuchame. Os portugueses desistem do seu intento, para ameaçar Saubara, cujos defensores, sem distinção de sexo, dirigidos pelo Padre Manuel José Gonçalves Pereira, os rechaçam”. Vale aqui entender, interpretar, que homens e mulheres saubarenses bravamente lutaram, não permitindo que as tropas portuguesas chefiadas por Madeira de Mello dominassem o solo brasileiro.
Num tempo distante, a começar pelo nome da índia Catarina Paraguaçu, na continuidade o nome da enfermeira Ana Nery, seguidamente, no tempo presente, o nome da Bem-Aventurada Irmã Dulce dos Pobres, a História da Bahia traz no conteúdo escolar, nomes de mulheres que disponibilizaram/disponibilizam momentos de sua vida religiosa, educacional, cultural, social e política, para praticar a caridade em favor dos mais necessitados.
Elvira de Araújo Queiroz, Amélia Rodrigues, Marta Rocha, Marta Vasconcelos, Gal Costa, Maria Bethânia, Karina Rabinovitz, Eliana Calmon, dentre outras, foram/são mulheres que se destacaram/destacam na medicina, na educação, na beleza, na música, na literatura, na justiça, a fim de valorizarem seus dons e conhecimentos. Muitas delas foram/são reconhecidas pela sua inteligência, por merecimento ou por imposição do poder financeiro, artístico, social ou político, que estavam/estão atreladas. Contudo, dezenas de mulheres comuns que tiveram/têm coragem de partirem/partir para os campos de guerras, apesar de saberem que teriam/terão suas vidas ceifadas nas batalhas, ainda permanecem desconhecidas pela História oficial. Sabe-se que muitas destas tenazes mulheres ainda não foram reconhecidas pelo que desempenharam em favor de assegurar a soberania nacional.
A história da Independência da Bahia está repleta de heróis. Mas, apesar da representação feminina no cortejo, através do ícone da cabocla, o reconhecimento da decisiva participação das mulheres nas lutas pela libertação ainda é subdimensionda, sendo lembradas apenas as figuras de Maria Quitéria e Joana Angélica e, recentemente resgatada da história, Maria Felipa. Centenas de heroínas anônimas, todavia, tiveram atuação estratégica na libertação da Bahia e do Brasil dos opressores portugueses. (Amélia Vieira /2009).
No Estado da Bahia, quando se falava/fala ou se escrevia/escreve sobre a participação das mulheres baianas nas lutas libertárias, apenas eram lembradas duas heroínas: Maria Quitéria de Jesus Medeiros e Joana Angélica, e ultimamente Maria Felipa de Oliveira. Na grande verdade está esquecendo-se ou omitindo-se nitidamente, que anônimas mulheres saubarenses e dentre muitas outras mulheres itaparicanas também realizaram dignos trabalhos em favor da Independência brasileira. “[...] Só lembramos as que viraram mitos. Esquecemos as que foram peças-chave para a situação”. (Nancy Rita Sento Sé de Assis / 2009).
A história da Bahia foi e é escrita por mulheres, no cotidiano das índias, escravas, brancas, negras, ricas, pobres. Por mulheres comuns que se articularam e criaram estratégias para fazer valer seus interesses, nos mais variados espaços, como nos movimentos de bairros, nas universidades, nos sindicatos, nos partidos. (Aladilce Souza /2010).
Mesmo que por muitos anos a historiografia oficial baiana e brasileira, em determinados aspectos, não tenham se preocupado em pesquisar, estudar, conhecer, divulgar ou até mesmo tenha omitido as incansáveis pelejas desencadeadas pelas mulheres comuns, numa forma sutil de desconsiderá-las como heroínas, urge, a partir de agora que seja realizada esta quase bicentenária reparação.
Mesmo que por muitos séculos a historiografia oficial brasileira, notadamente a baiana, em grande parcela não tenha reconhecido as laboriosas lutas desprendidas pelas mulheres humildes, principalmente as descendentes de pobres, de índios e de negros, ainda devem existir vontade e tempo para os governantes fazerem o reconhecimento, e os competentes historiadores irem aos arquivos e campos onde se desenrolaram os fatos, a fim de pesquisarem detidamente.
O não reconhecimento da participação das corajosas mulheres saubarenses e itaparicanas, no processo histórico da Independência do Brasil, na Bahia, é uma forma camuflada, porque não dizer tênue, de excluí-las da história social. Mesmo que as historiografias do Brasil e da Bahia não tenham se preocupado em estudar e conhecer os relevantes serviços prestados pelas pessoas comuns, necessário se faz, humanamente, que seja concretizado este digno reconhecimento.
Diante destes raciocínios, pensando numa forma de fazer justiça, numa maneira de reconhecê-las como mártires e homenageá-las, necessário se faz que seja resgatada a história de vida dessas magnânimas mulheres saubarenses / itaparicanas - pelo muito que tiveram de abdicaram dos seus afazeres domésticos e conjugais, a fim de participarem decisivamente das sangrentas batalhas, que objetivavam consolidar a liberdade brasileira do jugo português.


*Raimundo José dos Santos (Betinho d` Saubara)
Discente do Curso de História da UFRB – CAHL / Cachoeira - BA
rjsbetinho@yahoo.com.br

terça-feira, 26 de junho de 2012

ACONTECEU EM SÃO PAULO/SP

Luciano Borges conquista novos aliados para fortalecer a candidatura de Wellington Jotapê a vereador de São Paulo pelo PTC

No ultimo dia 24 do corrente mês, após comparecer à convenção da coligação São Paulo em Primeiro Lugar, que consagrou o nome do deputado federal Gabriel Chalita como candidato a prefeito de São Paulo, nas próximas eleições, Luciano Borges dos Anjos, acompanhado pelo candidato a vereador pelo PTC, Wellington Jotapê, e dos correligionários Arisvaldo de Melo e Antônio Teles, visitaram a Churrascaria Rojão Grills dos seus amigos Diego Tomazelli e esposa Ariana.


O encontro com o empresário Diego Tomazelli, este fortaleceu a candidatura de Wellington Jotapê para vereador pelo Partido Trabalhista Cristão, tendo em vista que o mesmo se comprometeu em contribuir de forma significativa para que a referida candidatura obtenha sucesso.


Diego Tomazelli é o proprietário da churrascaria Tradição Gaucha, uma das mais requisitadas do centro de São Paulo, situada na Rua das Palmeira, próximo a estação Santa Cecília e da Rojão Grills, no bairro do Bom Retiro, igualmente especializada em carnes selecionadas e dispõe de servidores qualificados e de fino atendimento.


O encontro com o casal Diego e Ariana se estendeu até a madurada de segunda-feira, onde pessoalmente o empresário e esposa já convidavam seus clientes e amigos a participarem da formação de um novo grupo de apoio à candidatura de Wellington Jotapê cuja força colocará o postulante a vereança entre os primeiros colocados entre os mais votados da capital paulistana.


Veja fotos do encontro:


O empresário Diego Tomazelli e esposa Ariana



Wellington Jotapê, Antônio Teles e o empresário Diego Tomazelli

Wellington Jotapê e Luciano Borges

O empresário Diego Tomazelli em momento de descontração com os amigos Luciano Borges, Antônio Teles, Arisvaldo e Wellington Jotapê.

ACONTECEU NA CIDADE DE SÃO PAULO/SP

Convenção do PMDB, com a presença do vice-presidente da República, Michel Temmer, presidente nacional da agremiação, formalizou o nome do deputado Gabriel Chalita para prefeito de São Paulo


Portador de uma das inteligências mais esclarecidas da nação, o deputado Gabriel Chalita teve seu nome homologado, domingo (24), pelo PMDB, para concorrer ao pleito majoritário à Prefeitura de São Paulo, em concorrido evento na Praça da Sé (centro). Chalita afirmou que espera anunciar o vice até quinta-feira (28). A convenção da coligação São Paulo em primeiro lugar, formada pelo PMDB, PTC, PSL e PSC levou às ruas do centro da cidade milhares de correligionários e contou com as presenças de importantes nomes do cenário político, a exemplo do vice-presidente Michel Temer, do ex-governador Fleury Filho, do senador Valdir Raupp e do líder do PTC, Ciro Moura, além dos peemedebistas do Rio de Janeiro, deputado federal Eduardo Cunha e o ministro da Secretaria de Assuntos Estratégicos, Moreira Franco. A convenção teve inicio às 9 horas com a celebração de uma missa na Catedral da Sé, onde os convencionais se uniram aos fieis e superlotaram o templo católico. Prosseguiu até às 15h, sendo prestigiada por milhares de adeptos do nome do deputado Gabriel Chalita para concorrer ao pleito majoritários como candidato a prefeito de São Paulo.O Partido Trabalhista Cristão confirmou sua presença na coligação, integrando a base aliada de apoio à candidatura do deputado Chalita para prefeito, com destacado discurso do seu presidente, Ciro Moura, e a participação em massa de todos os candidatos a vereadores pela mencionada agremiação. Em meio a tantos, a Reportagem do Jornal O Guarany, representado no evento pelo seu diretor Luciano Borges, destacou a candidatura do acadêmico de Direito, Wellington Jotapê, baiano, há muitos anos radicado na cidade paulistana.


Vejam flashes do evento:


Wellington Jotapê e correligionários do PTC


Alta cúpula do PTC de São Paulo


Wellington Jotapê e lideres do PSC




Wellington Jotapê, Luciano Borges e correligionários do PTC


O candidato Jotapê com adeptos de sua candidatura a vereador
O líder Ciro Moura, Wellington Jotapê e Luciano Borges


Luciano Borges com o deputado Gabriel Chalita, candidato a prefeito de São Paulo




Luciano Borges com Paulo Skaf, empresário e político, filiado ao PMDB de São Paulo.
Presidente da
Federação das Indústrias do Estado de São Paulo, do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo, Serviço Social da Indústria (
Sesi-SP), Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai-SP)



























domingo, 24 de junho de 2012

CACHOEIRA/BA: MEMORIAL DE REIVINDICAÇÕES DA SOCIEDADE CIVIL

ONG A Cidadã entrega oficialmente a 5ª. Carta da Sociedade Civil ao governador Jaques Wagner no dia 25 de Junho


Sob a liderança do militante político Pedro Erivaldo - Cabeção, conforme faz todos os anos, neste 25 de Junho de 2012, o governador Jaques Wagner receberá a 5ª. Carta da Sociedade Civil, produzida pela ONG A Cidadã, após ouvir lideranças dos segmentos organizados de São Félix e Cachoeira.


A 5ª. Carta da Sociedade Civil dos dois municípios destaca obras e ações do governo do Estado já contempladas nos anos anteriores, e acrescenta outras consideradas de reconhecida importância para a sustentabilidade do processo de de desenvolvimento, crescimento econômico e cultural nas mencionadas comunidades.


O governador receberá o mencionado documento por uma comissão formada pelo Prof. Pedro Borges dos Anjos, Prof. Walter Fraga Filho, Dom Roque Cardoso Nonato, Dona Dalva Damiana, líder do Samba de Roda Suerdieck, e por uma representante oficial da Secretaria Municipal da Cultura da cidade de São Félix. A Casa Civil do governador já confirmou que o chefe do Executivo baiano receberá a Comissão mencionada, às 11 horas, do dia 25 de junho, no Salão Nobre do Centro de Convenções da Pousada do Carmo, em Cachoeira, cidade histórica e monumento nacional.









sábado, 23 de junho de 2012

ESTÁ ACONTECENDO NA CIDADE DA CACHOEIRA/BAHIA

ENTREVISTA:

Dr. Heraldo Cachoeira, entrevistado na Redação do Jornal O Guarany



Convidamos o Dr. Heraldo Cachoeira para, em entrevista à Reportagem do Jornal O Guarany, no escritório da Redação, falar sobre a visão reivindicatória dos oradores oficiais mais recentes da Data Magna da Cachoeira, na Câmara Municipal, solicitando que se pronunciasse sobre os temas seguintes:

O Guarany: Anel Ferroviário
Heraldo Cachoeira: As obras do anel ferroviário foram interrompidas há quatro anos, sob a presunção de operação fraudulenta em sua execução. As autoridades não informam quando as obras serão reiniciadas.

O Guarany: Ponte D. Pedro II & IPHAN
Heraldo Cachoeira: A reforma da Ponte D. Pedro II, mesmo reconhecendo os esforços da FCA em cumprir o protocolo, há permanente queixa contra a ausência de determinação e o manifesto desapreço das autoridades da 7ª. SR do IPHAN, na Bahia, em relação à referida obra, razão por que a reforma anda a passos de cágado. Já se vão 15 anos.


O Guarany: Fiação Elétrica Subterrânea
Heraldo Cachoeira: As obras de fiação subterrânea nas ruas e praças do conjunto tombado da Cachoeira e as do PACH prosseguem paradas, sem quaisquer explicações.

O Guarany: Programa Monumenta & Caixa Econômica Federal
Heraldo Cachoeira: A Agência da Caixa Econômica Federal, em Cachoeira, diferente de agências em outras localidades, não mostra a menor disposição de atender a clientela dos programas sociais amplamente divulgados pelo governo federal. Os servidores ampliam o rigor das exigências com que afastam e excluem a clientela desses segmentos, por absoluta impossibilidade de preencher os requisitos impostos, muito diferentes dos anunciados pelos próprios programas, razão por que o Programa Monumenta durante a década de sua permanência na cidade teve atuação reconhecidamente pífia, com exceção de algumas intervenções em templos da Igreja Católica, a reforma do Quarteirão Leite Alves para a implantação da UFRB, quatro imóveis do domínio público e a requalificação da Avenida Beira Rio. As intervenções em imóveis privados não têm visibilidade compatível com os propósitos do Programa, ante o pequeno número e a inexpressividade das reformas, exceto duas (fotos abaixo) que se destacam: a Pousada Aclamação e o Apart Hotel Cachoeira/Delicatessen Vieira Loja de Conveniências, empreendimentos cujos proprietários são amplamente conhecidos na comunidade pelo valor de suas posses e riqueza de seus patrimônios.



Cachoeira Apart Hotel & Vieira Loja de Conveniências

Aclamação Apart Hotel



O Guarany: IPHAN & Comunidade

Heraldo Cachoeira: É evidente a expressão de desapreço, ausência de civilidade e falta de respeito com que algumas autoridades da 7ª. SR do IPHAN tratam proprietários de imóveis, autoridades e gestores do município. É uma relação que se debilita dia a dia, ante a postura autoritária do referido Órgão federal. As normas são flagrantemente desfiguradas quando as autoridades do IPHAN permitem que imóveis como a sede da agência do BRADESCO pode ter a reforma que pretendeu, enquanto outros, seus proprietários são denunciados e acionados na Justiça Federal por uma simples restauração, sem em nada desfigurar o conjunto tombado. Há visíveis agressões ao ambiente tombado em Cachoeira permitidas ou sem entendimentos respeitosos exercidos pelo IPHAN, com que possam ajustar os interesses dos proprietários aos critérios instruídos pela Lei que disciplina construções e reformas em cidades tombadas.

O Guarany: PAC das cidades históricas & Os anunciados R$146 milhões para Cachoeira
Heraldo Cachoeira: Inúmeras ruínas prosseguem desafiando as autoridades com que determinem a destinação de recursos do PAC das cidades históricas para restaurá-las.


O Guarany: Poder Judiciário & Comunidade
Heraldo Cachoeira: Há sucessivos anos que Cachoeira sofre com a ausência de magistrados titulares e definitivos para a comarca. Com a remoção para Salvador do juiz Alberto Raimundo dos Santos, que ficou nove anos na cidade, a comarca passou a ser assistida por juízes de outras localidades. Lideranças e instituições da comunidade ampliaram o poder de pressão sobre o Judiciário, até que foram designadas duas juízas titulares, uma para responder pelo cível, outra pelo crime. A do cível, após sucessivas licenças e período de férias, foi removida para outra comarca. A magistrada que permanece, prossegue julgando ações da área de sua especialidade, e, a depender da urgência e gravidade dos pleitos, julga também processos da área cível, com que busca contribuir para que as inúmeras ações não prossigam padecendo de dilação nos arquivos do cartório. Há processos aguardando julgamento há anos no cartório cível. Não se entende nem o cartório explica as razões por que causas recentes são julgadas, com imediato veredicto, enquanto tantas outras datadas de anos anteriores padecem de dilação, permanecendo paradas sem tramitação nos seus arquivos.


O Guarany: Resumos & Processos Conclusos para Julgamento
Heraldo Cachoeira: Salvo pior juízo, o operador de resumos que torna os Processos Conclusos para Julgamento, raramente produz textos capazes de fornecer subsídios suficientes com que, na comarca da Cachoeira, a magistrada possa decidir por um veredicto justo. Esta versão vem lesando as partes, prejudicando enormemente os próprios demandantes, a credibilidade do cartório e a Instituição da Justiça.


O Guarany: Ausência de civilidade no atendimento
Heraldo Cachoeira: Mesmo nos dois dias destinados ao atendimento à clientela, com raríssimas exceções, não há uma atmosfera de civilidade com que a comunicação entre cliente e servidores da Instituição ocorra de forma cortês, elegante, conforme se espera do servidor público, pago pelo próprio povo para cumprir o expediente revestido da mencionada grandeza. Alguns sequer levantam-se, ou se dirigem ao balcão de recepção para proporcionar atendimento ao cliente. É lamentável! E tudo isso com ares de coerção por julgarem o mencionado Poder e todos que o servem revestidos da unção da intocabilidade, imunes à crítica. É evidente que há exceções. Advoguei no Rio de Janeiro durante 18 anos, com especialidade na Vara Crime. Faz pouco tempo, fui ao Fórum da minha terra – a Cachoeira, com o propósito de assistir a uma audiência presidida pela atual magistrada, a Dra. Janaína Medeiros Lopes Braga, por considerar o acusado que motivou a audiência, vítima da sociedade perversa, pessoa que busquei e ainda busco contribuir com a sua reabilitação. Fui barrado pela escrivã do Cartório do Crime. Só entrei a convite da magistrada logo quando avisada pelo advogado Nélson Aragão Filho que eu estava lá com esta finalidade. E fui muito bem recebido e bem tratado pela referida juíza. Todos me conhecem, sou amplamente identificado na sociedade cachoeirana, filho legítimo desta terra, minha formação e meus valores não autorizam a ninguém barrar um cidadão em minha posição de adentrar em qualquer lugar, principalmente no Corte Judiciária, no Fórum que me diz respeito, na qualidade de advogado.


O Guarany: Deixe uma mensagem com que quem leia esta entrevista possa ter a real dimensão do que você acaba de revelar.
Heraldo Cachoeira: Faço estes esclarecimentos com a intenção de contribuir com o aperfeiçoamento dos aparelhos administrativos que sustentam a ordem no estado democrático, nunca para confrontar nem para tornar mais grave a falta de educação de alguns servidores públicos, embora não tenha o menor receio do poder de revindita ou espírito de vingança de nenhum deles.




















CACHOEIRA/BAHIA

Câmara Municipal de Vereadores
25 de Junho
O significado da Data Magna da Cachoeira na visão de seus oradores mais recentes

Todos os anos, a Câmara Municipal da Cachoeira projeta e executa programação de reconhecida expressão cívica, em concorridas solenidades em que o povo, autoridades, representantes e lideranças de diversos segmentos da comunidade, da região e de outras localidades se unem para comemorar a vitória da reação bélica dos cachoeiranos, contra o poder do governo opressor que comandava os destinos do Estado nos idos de 1822.


O feito, por si só, não alcançaria foro de durabilidade, não fosse a materialização do discurso mestre, perlocutório, feito no Salão Nobre da Casa da Câmara e Cadeia, no dia 25 de Junho de 1822, em cuja estrutura incorpora poderes que operacionalizam a repetição do gesto por gerações sucessivas. É o que se faz hoje, 190 anos depois, na solenidade da Data Magna da Cachoeira – 25 de Junho de 2012.


Batalha vencida, oponentes se rendem, estabelece-se a normalidade. A cidade ganha expressão no cenário nacional, no entanto, outras modalidades de opressão surgem, desfigurando-lhe a soberania econômica. A população decresce. De 100 mil habitantes, conforme revelam as estatísticas do período da histórica efeméride de 25 de Junho de 1822, é hoje de 33.495 residentes, nos termos do censo mais recente. O comércio tornou-se frágil, seu casario de inestimável valor cultural virou ruína. Suas grandes e pequenas indústrias fecharam. Seus meios de transportes: ferroviário, marítimo-fluvial, rodoviário e até aéreo* interromperam suas operações, exceto o rodoviário que se mantém.


Escolhidos pela consideração, pelo apreço e distinção da Câmara Municipal de Vereadores, os oradores oficiais da Data Magna da Cachoeira, em seus discursos, antes buscavam expor detalhes do fato histórico. Os mais recentes mudaram o rumo dos pronunciamentos. Reivindicam intervenções e ações do governo com que a cidade possa ter o seu casario restaurado e retome o ciclo do seu desenvolvimento. Graças a este discurso, a cidade conquistou foro de Patrimônio Cultural da Nação. Providências foram tomadas com que o Programa Monumenta aqui se instalasse e procedesse à restauração de seu casario, de seus templos e imóveis de destacado valor arquitetônico. Reconheça-se o mérito do Programa Monumenta, ainda que as ações materializadas não hajam alcançado a inúmeras ruínas que prosseguem desfigurando o conjunto tombado.


A inteligência desta mudança de raciocínio, inobservada por alguns e ignorada por muitos, é que fez materializar a instalação da Universidade Federal do Recôncavo, em Cachoeira e na região, ante sua destacada referência histórica no cenário cultural da nação. Esse discurso inspirou a deputada cachoeirana Lídice da Mata a tomar a decisão de produzir o texto legal que torna Cachoeira capital da Bahia em sua Data Magna, razão por que, no dia de hoje, o governo do Estado, com todo seu secretariado, aqui está instalado, e com a presença do governador.


Três vezes orador oficial da Sessão Magna de 25 de Junho, em seus discursos, o Dr. Heraldo Cachoeira revolucionou a Tribuna do Orador, no Salão Nobre da Câmara Municipal, expondo a visão com que a cidade e a região possam ganhar expressão de civilidade no cenário do desenvolvimento nacional. Desde o primeiro discurso, reclamou a ausência de iniciativas do governo federal na Cidade Histórica e Monumento Nacional, afirmando que aqui “só existem e resistem obras que datam do governo imperial”. A partir daí, o governo da República tem buscado mover ações e investimentos de elevado montante, em Cachoeira e na região, como a construção da estrada do Iguape, o anel ferroviário*, a implantação do pólo da indústria naval, em São Roque do Paraguaçu, o PAC das cidades históricas, sistema de esgotamento sanitário, etc.



A visão reivindicatória do discurso oficial dos oradores da Sessão Magna de 25 de Junho tornou-se a mais forte referência, o modelo por excelência, de que se servem o governo municipal, estadual e federal para materializar ações no município e região.


Urge sustentar este discurso que tem o poder de mobilizar ações, de gerar intervenções, de afastar ou até mesmo derrotar opressões e opressores, de identificar e preservar no cenário dos Poderes os que são qualificados para recepcioná-lo como instrumento de contribuição à projeção e à materialização de ações da administração pública na região.

















25 DE JUNHO: DATA MAGNA DA CIDADE DA CACHOEIRA/BAHIA

Vereador Wendel Chaves



O vereador Wendel Chaves, presidente da Câmara Municipal, às 14h, dirigirá a Sessão Magna, ocasião em que receberá o governador Jaques Wagner, sua comitiva, e convidados, para ouvirem o orador oficial da efeméride, o advogado cachoeirano José Luiz da Anunciação Bernardo.

Governador Jaques Wagner
Nesta data, Cachoeira é a capital do estado, oficialmente. O governador Jacques Wagner instala o seu gabinete na cidade, com todo seu secretariado e assessores do alto escalão.

Dr. José Luiz da Anunciação Bernardo

Orador Oficial

Câmara Municipal da Cachoeira

Data Magna da Cidade Heróica e Monumento Nacional

















CACHOEIRA/BAHIA

1º de maio, Dia do Trabalhador
Dia de festas ou de luto?


Aderbal Caetano de Burgos*

No dia 11 de novembro de 1887, quatro sindicalistas: Parsons, Spies, Fischer e Engels são enforcados em Chicago nos Estados Unidos da América. Foram condenados ao enforcamento por haverem lutado pela redução da jornada de trabalho para oito horas por dia.
Os mártires dos trabalhadores foram oito em Chicago. Num longo injusto processo, três: Schwab, Neeb e Engels conseguem o perdão sete anos mais tarde, e um outro de nome Lingg foi assassinado na prisão com uma banana de dinamite colocada em sua boca.
No dia 1º de maio de 1890, o Congresso americano promulga a lei que regulamenta a jornada de trabalho em 8h por dia. Por isso, esta data é comemorada internacionalmente. É uma homenagem aos 8 mártires de Chicago e a conquista da redução da jornada de trabalho .
A História
Em 1886, os trabalhadores viviam em sua maioria nas piores condições. Muitos, inclusive crianças, trabalhavam em 18 horas diárias, de maneira que jamais viam suas mulheres e filhos a luz do dia. Saiam para o trabalho antes do amanhecer e retornavam à noite.
O desejo da redução da jornada de trabalho levou milhares de trabalhadores a se organizarem nos sindicatos. Porem não foi fácil. A repressão policial perseguia os trabalhadores em toda a parte. Em Milwankee nove operários foram fuzilados para conter as manifestações e greves.
Como em muitas cidades dos Estados Unidos, os trabalhadores de Chicago marcaram a greve geral para o dia 1º de maio de 1886 . Estranhamente, a greve ocorre sem a interferência da polícia. Dois dias depois, 600 trabalhadores da indústria de madeira Mccorick reúnem-se para eleger uma comissão de greve.
Augusto Spies, organizador, fala a 200 trabalhadores e um pequeno grupo ataca os “fura-greve”. Os seguranças da Empresa socorrem os “fura-greve “, usam armas de fogo e cassetete. O saldo de refrega é: seis trabalhadores mortos e 50 feridos.
No dia 4 de maio, os trabalhadores programaram comício de protesto pelas mortes dos companheiros. O prefeito permitiu o comício e fez até parte. Estavam presentes no ato cerca de 3.000 pessoas. Às 22h começou a chover, quase todos dispersaram, o prefeito se retira. Então, o sádico inspetor da policia, John Bonfield, conhecido assassino, atacou os poucos trabalhadores que estavam no comício. Um “trabalhador” joga sobre a policia uma bomba e mata um policial. A polícia atira na multidão, mata dezenas deles e fere 200 trabalhadores à bala.
Os mártires
“Daí em diante é ‘‘ caça as bruxas”. Quem jogou a bomba? Prenderam todos os líderes: Samuel, Fieldam, Spies, Schawb, Engels, Fischer, Lingg, Neeb e Parsons. O objetivo das prisões era acabar com o movimento, não achar os culpados pela bomba. Os responsáveis nunca foram encontrados. Foi a própria polícia, é claro.
O martírio
Em setembro de 1886, a corte suprema dos Estados Unidos confirma a sentença. O governador Oglesly resolve comutar a pena de Fielden e Schwab em prisão perpétua, os outros cinco foram condenados à morte por enforcamento .
No dia 10 de novembro, Lingg foi assassinado na prisão com uma banana de dinamite na boca. Sua cabeça foi totalmente destruída. No dia 11 de novembro, os outros quatro foram enforcados.
A conquista
O objetivo dos patrões foi alcançado. Calaram os trabalhadores no “cacete” . A greve acabou e os trabalhadores voltaram ao trabalho. A greve do 1º de maio reuniu nos Estados Unidos 190.000 grevistas. Em Chicago, 65. 000, mas 150.000 conseguiram a redução da jornada de trabalho.
A verdade surgiu
Sete anos depois, viria a reparação para os condenados. 60.000 mil pessoas pediram anistia os três condenados a prisão perpétua. O governador Atigeld se horroriza diante da ilegalidade e o arbítrio do processo e concede perdão aos condenados.
Glória aos mártires dos trabalhadores!
Viva o 1º de maio de 1886.




*Aderbal Caetano de Burgos, cachoeirano, foi militante político contra a ditadura militar no Brasil. Viveu 25 anos na clandestinidade, em outros estados, integrava a direção nacional da POLOP, Organização Marxista Política OperáriaOrganização Marxista Política Operáriauma das mais fortes organizações da esquerda, instituída para combater a ditadura em todo o território nacional.
Organização Marxista Política Operária

SALVADOR/BAHIA

As figuras do Caboclo e da Cabocla como símbolos da Independência no cortejo do Dois de Julho.


Por Claudio Rafael Almeida de Souza*

Muitas são as simbologias e signos que representam a Independência da Bahia, mas o símbolo que em suma demonstra naturalidade, brasilidade, e por isso foi adotado a partir do século XIX, é o Cabloco. Segundo a professora de história da Universidade Federal da Bahia, Wlamyra Albuquerque, em entrevista à Revista Bahia de Todos os Cantos (Outubro de 2009, p.10): “[...] naquela época, o Romantismo elegeu o índio como símbolo do Brasil. Ele significa uma nação independente da matriz européia. É a apropriação cultural-política do índio como estandarte nacional”.
Ainda segundo aos dados da entrevista, a figura do índio não ficou somente como estandarte nacional intocável. Na luta movida pelo civismo, houve a participação efetiva dos índios, lutando em meio às tropas brasileiras, como nos embates que aconteceram na Ilha de Itaparica. A presença dos caboclos junto às tropas que lutavam contra a Coroa Portuguesa reforçava a idéia de que a nação era justificada por meio da matriz indígena.
Sobre o termo Caboclo, tanto em Guilherme Castro (2009, p. 1) quanto em Hendrick Kraay (2000, p.59) “[...] se refere à população rural de origem mista, especialmente à que tem traços de ascendência indígena; historicamente, todavia, caboclo era freqüentemente sinônimo de índio”. Ambos os autores buscam referência no Dicionário do Folclore Brasileiro de Câmara Cascudo, que explica também que o uso do termo caboclo ou caboco “[...] fazia parte dos amplamente difundidos esforços [...]” de legitimar as “[...] nações recém-independentes com um passado indígena completamente idealizado”.
Baseado em informações do Museu Afro Brasileiro (2004, p. 29), o índio era visto como o “autêntico” brasileiro frente à colonização portuguesa. Tido como o “dono da terra”, devido a habitar aqui, antes mesmo da chegada dos portugueses e dos africanos trazidos. O índio ou cabloco, símbolo nacional, tem em suas vestes as cores, verde e amarelo da bandeira do Brasil, que acarretam ainda mais na sua representatividade, o civismo da luta do povo brasileiro pela independência.
Segundo Castro (2009, p. 2) a escultura do caboclo, alegoria da Independência da Bahia, como vista hoje, no cortejo ao Dois de Julho, apareceu pela primeira vez “[...] no desfile de 1826, destacada em carro alegórico, vestida de penas e portando arco e flecha, pisando a tirania reproduzida na imagem de uma serpente”.
Sobre a data de criação da escultura, a aparição, bem como sua autoria, Martinez (2000, p. 70 e 71) traz duas hipóteses. A primeira é defendida pelo memorialista e poeta José Álvares do Amaral, em Resumo Chronologico e Noticioso da Província da Bahia, desde o seu descobrimento em 1500, no qual atribui à data de criação do carro alegórico a 1828 e a autoria da escultura ao habilidoso escultor Bento Sabino, que por ser “[...] conhecido pela sua pericia e patriotismo encarregou-se da obra da bella Estatua que representa o Genio do Brazil, Emblema da nossa Independencia”. A segunda possibilidade é defendida por Manoel Querino, em “A Noite 1a”, artigo de 1916, na qual a atribuição da escultura é dada a Manoel Inácio e data de 1826 sua criação.
Em relação à Cabocla, conforme informações de Castro (2009, p. 2) e Kraay (2000, p.60) foi a partir do ano de 1846 que a escultura passou a desfilar junto ao caboclo no cortejo do Dois de Julho. O cortejo que se inicia na Lapinha, e segue pelas ruas do Centro Antigo de Salvador até a Praça do Campo Grande, teve a inserção da cabocla a pedido do então Presidente de Província, Francisco José de Souza Soares de Andrea, português naturalizado brasileiro.
Para Soares de Andrea, a figura do caboclo era uma ofensa aos portugueses e, por isso, defendia incisivamente que os patriotas adotassem a figura de Catarina Álvares Paraguaçu. Para ele, ao substituir o caboclo ofensivo na figura da índia que ajudou os primeiros portugueses na Bahia, transformaria o símbolo em menos agressivo e neutro. Contrariados e irritados, os patriotas e cidadãos imbuídos do civismo se recusaram a substituir o símbolo escolhido. Embora, devido à insistência de Andrea, acabaram por aceitar que a cabocla desfilasse junto ao caboclo no desfile do Dois de Julho.
E por fim, em Martinez (2000, p. 70 e 71), são citadas duas hipóteses para tal acontecimento. A primeira por Amaral, em Resumo Chronologico, onde atribui a autoria da alegoria ao mesmo autor da escultura do caboclo, Bento Sabino, e data a criação de “[...] outro carro de gosto moderno, que conduz o Emblema da Liberdade, representado por uma gentil Cabocla [...]” no ano de 1840. Já a segunda hipótese é defendida por Manoel Querino, que relata o desentendimento entre o Presidente de Província, Soares de Andrea e a “Sociedade Patriótica” e atribui a inserção da alegoria à iniciativa de Soares de Andrea e ao autor Domingos Costa Baião em 1846.





SUGESTÕES DE LEITURA PARA MAIORES APROFUNDAMENTOS
CASCUDO, Luis Camara. Dicionário do folclore brasileiro. São Paulo: Global, 2000.
CASTRO, Guilherme. O caboclo. In: DIMUS – Museu Udo Knof. CD – Pesquisas Guilherme Castro. Pasta Guilherme Castro (Tam. 68 MG). Arte popular. DocWord. - Caboclo 3 Texto Expo (Tam.42,0KB). Ultima Modificação: 5/12/2009, 15h39min.
KRAAY, Hendrick. Entre o Brasil e a Bahia: as comemorações do Dois de Julho em Salvador, Século XIX. Afro-Ásia. N. 23, 2000, p. 47 – 85.
MAFRO – MUSEU AFRO BRASILEIRO. Centro de Estudos Afro – Orientais/ Universidade Federal da Bahia. Setor Religiosidade Afro-Brasileira. Projeto de Atuação Pedagógica e Capacitação de Jovens Monitores. Material do Professor. 2004.
MARTINEZ, Targino Socorro. 2 de Julho a Festa é história. Salvador: Selo Editorial da Fundação Gregório de Matos. 2000.
SÍTIOS DE INTERNET:
BAHIA. Governo do Estado, Secretária de Cultura, Secretária de Planejamento e Casa Civil. De perto – Caboclo. Revista Bahia de Todos os Cantos. Nº 02, Ano 1 , Outubro, 2009.Bahia:Empresa Gráfica da Bahia.
Disponível em: <http://www.bahiadetodososcantos.com.br/>. Acessado em: 11/04/2011.

O SALÁRIO DAS PROFESSORAS

Por EUCLIDES NETO*
Saudoso Chico Anysio com seu gesto de humor relativo ao salário do professor

Além do pouco caso dos governantes, a maioria das professoras
são culpadas pelos seus baixos salários. Para começar não fortalecem os sindicatos da categoria. Ao contrário, desprestigiam-no, pois se trata de organização operária, contra a qual consciência ou inconsciente, agasalha preconceitos. Acreditam na superioridade da atividade intelectual que, na atualidade, levando em conta o parâmetro do lucro, é o que menos vale.
Exagerando a comparação, age como a nobreza em decadência. Vive sempre lutando para manter as aparências. Não assume o empobrecimento.
Tudo conspira contra elas. Inclusive os elogios: são sublimes, representam a segunda mãe dos nossos filhos, santas criaturas, mas que precisam morar, comer, e comprar desodorante. Ao contrário das que vivem no altar. Parecem que, ainda ai, elas ficam sediadas pela angelitude e se acanham de passar de nervos e suor.
Os metalúrgicos, bancários, aeroviários, (mesmo o comandante do concorde) assumem a condição de trabalhadores. Unem-se, pressionam os patrões. Arrancam sempre melhores condições de vida.
As professoras que comandam o Concorde colocam-se ao lado do empregador, defendem-no. Esquecem-se das que ficam em baixo. Tomam uma atitude fascista (com perdão da palavra). Enquanto estão em cima, continuam a brigar em favor do estado. Sempre na esperança.
A professora está sendo a ultima mulher a libertar-se. Precisa livrar-se do cinto de castidade da mente. É escrava do medo. Egoísta de receber vantagens em forma de promoções, cargas horárias. Lideram. Transferem a impressão de que só com tal procedimento as demais colegas também podem conseguir os favores. Quase todas temem perseguições. Vivem oprimidas, assustadas, imaginando que a melhoria só virá com a acomodação.
A greve para elas não traz resultados. 0s governos pouco estão para o ensino, nem se incomodam para a paralisação das aulas. Ao contrário da atividade fabril ou bancária, que atinge o bolso do patrão. Há até certo prazer em assistir greves escolares sucumbirem por inanição. Mas, se quisessem, ninguém teria mais poderes na sociedade que a professora primária. Ela é quem molda os cidadãos até os dez anos de idade, período em que se cristaliza a personalidade do homem. Todos nós somos muito daquilo que vimos e sentimos na escola dos primeiros anos.
A professora está sendo a ultima mulher a libertar-se. Precisa livrar-se do cinto da castidade da mente. É escrava do medo. Politicamente, vai sendo levada pelo sentimento de que deve escolher o que imagina estar perto de sua classe social.
Sempre no delírio de pertencer a uma elite. Vota no candidato que mais cheira a poder, ainda esperançosa de conseguir benesses que nunca chegam. Pelo contrario, seus eleitos quase agem contra elas, pois sempre estão contra os trabalhadores.




TRANSCRITO DA TRIBUNA DE IMPRENSA FEV/94
Euclides Neto - Jornalista, Economista, Cientista Político e Professor Universitário
Ex- Secretário de Terras no Governo de Waldir Pires
Transcrito por Aderbal Caetano de Burgos
SALVE O DIA INTERNACIONAL DA MULHER 8 DE MARÇO.