segunda-feira, 31 de outubro de 2011

CACHOEIRA/BAHIA: FAMÍLIA CALMON COMEMORA FORMATURA EM MEDICINA

A família Calmon e amigos cachoeiranos demonstraram sua felicidade no almoço realizado no dia 09/outubro/2011, pela formatura em Medicina do jovem Dr. Tarcisio Calmon, 26 anos, filho do professor universitário Solon Calmon. Ainda em tempo, os integrantes da família do novo médico agradecem a presença do Excelentíssimo Senhor Desembargador Nilson Soares Castelo Branco, amigo da família, entre outros amigos cachoeiranos, como a Dra. Maria Amorim, Dr. Elias Natan, Caca de Giseli e tantos outros que se incorporaram às mesmas alegrias.


CACHOEIRA/BAHIA

Os 120 anos do Asilo Filhas de Ana
Por Erivaldo Brito

Na quinta-feira passada, ao escrever para este blog sob o título de “Precedente Inesperado”, enfocando a visita de uma comitiva cachoeirana ao então governador Octávio Mangabeira, enquanto o nosso conterrâneo Dr. Argileu Silva fazia um patriótico discurso, Mangabeira segredava a um assessor próximo: “Vai ver que não sabe nem cantar o Hino Nacional!” A reação do nosso conterrâneo foi pedir licença, interromper o seu pronunciamento abrir o vozeirão e, ao cantar até a metade da segunda estrofe desafiar ao governador: “Agora, Excelência, prossiga!”

Esqueci-me de dizer qual foi a reação de Mangabeira. Ele puxou os aplausos que se estrepitaram por todo o salão, abraçou efusivamente o Dr. Argileu e comentou alto para que todos o ouvissem: “O senhor tem a voz mais bonita que eu já ouvi cantar, meus sinceros parabéns!” Elogiou, porém, “quebrou o pau no ouvido” e não cantou a estrofe restante a que fora desafiado.

Feita a ressalva, com as minhas desculpas ao amigo professor Pedro Borges e aos ledores deste blog, passo a falar sobre uma efeméride que na certa passou em branco: a passagem dos 120 anos de fundação do Asilo Filhas de Ana, no dia 27 de setembro transato. Escrevi um artigo para uma pretensa edição comemorativa do jornal A Cachoeira que não veio a lume por motivos que sinceramente desconheço nem fui justificado.

Como disse no inícios, no dia 27 de setembro de 1891, há 120 anos passados, portanto, o ferroviário Antônio Carlos da Trindade Melo, concretizava o seu ideal de fundar em sua terra natal uma instituição para amparar as crianças órfãs, meninas desprovidas de qualquer apoio de familiares ou governamental.

Classificado pelo antigo jornal O Guarany de propriedade da viúva Mota, como sendo “uma pessoa de elevado sentimento de generosidade, sereno, íntegro, competente, firme nas suas decisões sem ser um ditador, educado e gentil, sem ser bajulador”, Antônio Carlos da Trindade Melo, mesmo sendo uma pessoa de parcos recursos, alugou um sobrado na Rua 13 de Maio, de propriedade do Comendador Manoel Antônio da Silva Pinto, onde a benemérita instituição passou a funcionar.

O incansável Antônio Carlos da Trindade Melo, já com o seu Asilo em pleno funcionamento, promoveu num domingo, dia 22 de setembro de 1894, a primeira regata sobre o rio Paraguaçu. Naquela tarde ensolarada, grande número de Senhoras e Cavalheiros lotavam a Praça dos Arcos (atual Teixeira de Freitas), animados pela Filarmônica Minerva Cachoeirana que executava as mais belas peças do seus arquivo e, a cada música executada, o público presente irrompia em aplausos. Uma boa arrecadação se deu em face das vendas de pules de apostas. O primeiro páreo foi vencido pelo barco Boccacio, e o segundo pelo barco Lucy.

Depois de haver adquirido a sede própria da Instituição, Tindade Melo sentindo-se velho e cansado, passou oficialmente a direção do Asilo Filhas de Ana para as Irmãs Sacramentinas, naturalmente com a obrigatoriedade de elas continuarem com o projeto original. Como diriam os romanos, Juris et de Jure (de Direito e por Direito).

Salvo melhor juízo, as piedosas religiosas optaram por priorizar o ensino, que embora seja privado, não deixa de ser meritório, todavia, a memória do idealizador da instituição e os seus ideais não a deveriam perecer, razão pela qual fazemos este pálido registro.

SÃO PAULO/SP

'Lula está bem humorado e confiante', diz médico
O médico Roberto Kalil, diretor de cardiologia do hospital Sírio-Libanês e médico pessoal do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva permaneceu durante meia hora no apartamento de Lula, em São Bernardo do Campo, São Paulo. Ao sair disse que ele está extremamente bem humorado e confiante.
"Em nenhum momento percebi que esteja temeroso a nada. É um ser humano, antes de ser a pessoa pública que é. Ele está tranquilo. É claro que fica assustado", afirmou o médico. Segundo Kalil, Lula passará todo dia de segunda-feira e dormirá no hospital Sírio-Libanês, onde fará a primeira sessão de quimioterapia. Lula deve chegar ao Sírio-Libanês às 9h desta segunda-feira (31).

Perguntado sobre a possibilidade de também ser feito tratamento de radioterapia, Kalil afirmou que o primeiro procedimento será a quimioterapia, como foi determinado pelos oncologistas. Nesta segunda, no entanto, será traçado o plano para tratamento.

Kalil disse não poder avaliar se a doença irá prejudicar a participação de Lula na articulação política do PT. "Não sei, nossa conversa aqui é médica. Vai começar o tratamento amanhã (segunda-feira, 31), então vai depender do tratamento". Mas afirmou que, segundo os médicos oncologistas que tratam do ex-presidente, não há risco de Lula perder a voz. Lula está um pouco rouco, conforme relatou Kalil, sobretudo, pelo efeito dos exames.

É esperado para daqui a alguns dias o resultado da biópsia feita na laringe do ex-presidente. O material será enviado ao exterior, o que, segundo Kalil, é um procedimento rotineiro. Com o resultado da biópsia será possível ter uma visão mais clara do grau de agressividade do tumor.

A opção pelo tratamento por quimioterapia e não cirurgia foi uma decisão dos médicos, de acordo com Kalil. "Lula respeita extremamente a conduta médica como sempre fez, não seria diferente desta vez".

O ex-presidente passa o dia em seu apartamento em São Bernardo, acompanhado pela mulher Marisa Letícia e por filhos e netos.


No Consumer Electronics Show em Las Vegas este ano a GM apresentou seu modelo de veículo elétrico, uma tendência futura para resolver o problema das metrópoles super povoadas.

Os veículos são elétricos e permitem o transporte sem a necessidade de motorista, podem trabalhar em rede e conectados por sistema GPS. São equipados com sensores anti-colisão.

Assista ao vídeo:


Para ver a galeria de fotos clique AQUI!

Fonte: GM

O último discurso de Martin Luther King Jr – Legendado



Quando vejo e ouço um verdadeiro líder de Deus atuar, o meu coração se alegra e se fortalece para poder, também, lutar por um ideal em meus dias. Como Martim Luther King, ele tinha um ideal, todo verdadeiro líder tem que ter um missão de Deus, e não alguma ideologia própria! Creio eu, que um país sem esses verdadeiros lideres, está condenado a morte em todos os sentidos!
Por isso, você que viu este video. Lute para ser a vontade de Deus, aqui na terra!

Deus Te Abençoe!

Portal Padom

sábado, 29 de outubro de 2011

PORTO SEGURO/BAHIA

A Reportagem do Jornal O Guarany está desde ontem na cidade de Porto Seguro, na Bahia, acompanhando concorrido passeio turístico organizado pela cachoeirana Nilza Vieira, a qual conta com vasta experiência em conduzir amigos a passeios turístico-cultural para locais de reconhecido valor histórico e de lazer.


Estamos todos hospedados do aprazível Terra Mater Hotel localizado no centro da cidade, a 100m da Passarela do Álcool, perto dos serviços essenciais como restaurantes, caixas eletrônicos, shopping, farmácias, locadoras de automóveis e balsa para Arraiá d´Ajuda e Trancoso.


Os integrantes já visitaram sítios históricos e locais de intensa movimentação, tendo em vista a importância de seus valores, conforme informações que seguem: Porto Seguro é hoje o pólo turístico que mais cresce no país. Sua natureza exuberante guarda ainda muitos dos traços descritos na famosa carta de Pero Vaz de Caminha. Até hoje Porto Seguro conserva seu caráter primitivo, onde a natureza reina soberana. Se ainda não bastasse a força histórica, seus monumentos, casario e praças, Porto Seguro possui uma infinidade de praias, da Ponta Grande à Caraíva, passando por Arraial d'Ajuda e Trancoso, das mais tranquilas às mais badaladas, porém sempre limpas e despoluídas. São dezenas de quilômetros de um mar calmo, com águas mornas e transparentes, rios, mangues, coqueiros, restingas, Mata Atlântica, arrecifes e formações de corais. Além de um povo simpático e festeiro.


Centro Histórico


Visitar o sítio histórico da Cidade Alta é quase uma obrigação para os milhares de turistas que chegam a Porto Seguro - cidade Monumento Nacional instituída por decreto federal desde 1973. O sítio foi um dos primeiros núcleos habitacionais do Brasil e desempenhou papel importante nos primeiros anos da colonização. Ali estão três igrejas e cerca de 40 imóveis (entre residências particulares e instituições), recuperados pelo Governo do Estado, por ocasião das comemorações dos 500 anos do Brasil e que, à noite, ficam sob uma iluminação especial, de belo efeito cênico.


Parque Nacional do Monte Pascoal


Criado em 1961, para preservar o local do descobrimento do Brasil. Abarca regiões alagadiças, restinga, mangue e litoral ao redor do monte rochoso, alto e arredondado, aceito como o primeiro ponto de terra firme avistado pela tripulação do navegante português Pedro Álvares Cabral. Possui uma área de 14.480 hectares, incluindo uma reserva indígena pataxó, e além da importância histórica, preserva um dos últimos trechos da mata atlântica do Nordeste. Busca manter lenhos valiosos, como o pau-brasil e ainda abriga várias espécies de animais em extinção como a preguiça de coleira, ouriço-preto entre outros.


Parque Marinho de Recife de Fora




Primeiro Parque municipal do país. Durante a maré baixa, diversas espécies de corais, peixes e criaturas marinhas podem ser apreciados. O belo passeio é feito de escuna.


Reserva Indígena da Jaqueira


Um imenso tronco de jaqueira, tombado pela própria ação da natureza, representa a volta às origens e serve de referência histórica e cultural dos ancestrais da tribo Pataxó às famílias que se mudaram recentemente para esta reserva de 827 hectares. As ocas, espalhadas em meio à Mata Atlântica primária, têm o formato original, passando para o visitante a exata sensação de estar nas terras de “pindorama”.


Ilha dos Aquários

Considerado um dos mais sofisticados centros de aquários da América do Sul, a Ilha do dos Aquários é um centro de lazer temático que combina preservação da natureza e da biodiversidade marinha, através de aquários gigantescos, com uma superestrutura de lazer noturno. Fica na Ilha do Pacuio, no rio Buranhém e o acesso é feito exclusivamente por barco.


Vila de Arraial D´Ajuda

Descoberto pelo movimento hippie na década de 70, o Arraial D’Ajuda ganhou fama internacional com sua simplicidade elegante. A ocupação desordenada transformou ruas e becos em trilhas entre o mar e a mata. Seduzidos por uma atmosfera especial, aventureiros dos mais diversos países chegaram e se estabeleceram, transformando o Arraial na “esquina do mundo”, como é conhecido.

Lazer Noturno


Passear pela famosa Passarela do Álcool, jantar com música ao vivo e comprar lembranças da região ou ir à Capitania dos Peixes, na ilha do Pacu, onde há ambientes ecológicos com música e decoração de vários gêneros, ao lado de aquários gigantes.







quinta-feira, 27 de outubro de 2011

RIO DE JANEIRO/RJ E CACHOEIRA/BA


MEMÓRIA CACHOEIRANA

Precedente Inesperado

POR: ERIVALDO BRITO


No século 18, quem tivesse necessidade de ir da Cachoeira para a Bahia, (como se dizia à época quando se ia à Salvador), tinha de “pegar o vapor da carreira”, numa viagem de aproximadamente seis horas, ( quando o navio não ficava encalhado na “Coroa do Espadarte” ), ou então, cavalgar num lombo de um burro por quase quinze dias.

Dado a essa demora de ir e vir, a precariedade e enorme dificuldade da comunicação telegráfica, era normal que se inventassem histórias, criassem heróis e mitos, naturalmente jogando mais brilho em episódios que efetivamente ocorreram, afinal, como diz o velho adágio, “quem conta um conto acrescenta um ponto”. No meu caso pessoal, como dizia o bordão do jurado do Programa Flávio Cavalcante, Nélson Rubens, “eu aumento, mas não invento ! “

O governador da Bahia, Octávio Mangabeira, exemplo de homem público de reconhecida probidade, era, também, dotado de uma enorme capacidade de persuasão junto ao eleitorado. Sua pregação era que “o político tem uma missão na vida; priorizar o social e a condição humana”.

Naquele tempo existia em Salvador um beberrão contumaz, um sujeito surpreendentemente letrado, dotado de uma verve invejável e incomum a um tipo de rua qualquer. Quando fazia seus discursos inflamados, a política era o tema central e o seu alvo predileto era exatamente Octávio Mangabeira, um homem público decente e à altura do futuro da Bahia.

Os adversários políticos de Mangabeira adoravam e até mesmo incentivavam o orador pau dagua

a discursar da forma pejorativa pior possível, já que eles próprios não tinham a dignidade e coragem de fazê-lo.

Soube-se, depois do pleito, que era o próprio Mangabeira que mandava alguns de seus amigos mais chegados soltarem uns trocados para o popularíssimo orador alcoólatra xingá-lo, dizendo a todos o seguinte: “Falem de mim, nem que seja mal !”

E a estratégia traçada pelo político baiano deu certo. A maioria dos soteropolitanos acabaram se apiedando e tomando partido daquele que “estava sendo vitima das infâmias de um cachaceiro irresponsável !”.

Mangabeira elegeu-se sem dificuldades. No dia da posse, o astuto Mangabeira combinou com um dos seus correligionários a persuadir o seu detrator pinguço e levá-lo a um local estabelecido. Encerrando-se a solenidade na velha Catedral da Sé, a Comitiva governamental, tendo à frente Octávio Mangabeira, ao chegar na porta de entrada do Palácio, encontrando “casualmente” com o orador que tanto o esculhambava, deu-lhe o braço e subiram os degraus da escada da governadoria, enquanto a multidão reunida na praça entrava em delírio. Estava inaugurada a temporada de marketing nas terras de São Salvador, terra de Nosso Senhor.

Voltemos o nosso olhar, agora, para a Cachoeira. Aqui vivia o cachoeirano Dr. Argileu Silva, grande cultor das letras, nos tempos em que a “Heroica” era sobejamente reconhecida pela inteligência de seus filhos. Ele era figura obrigatória em qualquer agrupamento de intelectuais a fim de tocar música clássica, recitar poemas nas famosas tertúlia, as assembleias literárias dos clubes sociais e até mesmo nas residências.

Certo dia o Dr. Argileu foi chefiando uma embaixada cachoeirana para Salvador, cujo objetivo era levar algumas reivindicações da Cachoeira ao governador Mangabeira.

Reunidos no Salão Nobre do Palácio Tomé de Souza, o Dr. Argileu, que era uma patriota exaltado, estava no meio do seu pronunciamento, mesmo assim conseguiu escutar o governador dizer baixinho a um dos seus assessores: “Vai ver que não sabe nem cantar o Hino Nacional ! “

O Dr. Argileu não titubeou. Suspendeu abruptamente o discurso que estava fazendo, pediu licença ao governador, e, com aquela voz possante, - segundo depoimento dos que o conheceram, a sua voz era semelhante a do cantor Agnaldo Timóteo -, enchendo os salões do Palácio, cantando até a metade da estrofe da segunda parte do Hino Nacional. Em tom desafiador disse o seguinte: “ Agora, Excelência, prossiga !”

Mangabeira gostava de dizer aos amigos o seguinte: “Pense em um absurdo e eu apontarei que na Bahia já teve um precedente !”

Mal sabia o ilustre governador que ele próprio, depois daquele dia, seria protagonista de um episódio ainda sem precedência.

Como diria Albert Einstein: “É mais fácil desintegrar um átomo do que o preconceito de uma pessoa”.


Parusia e a questão espiritual do tempo

Paiva Netto*


Foi para um 22 de outubro, do longínquo ano de 1844, que alguns irmãos cristãos norte-americanos aguardavam o retorno de Jesus à Terra. Fundamentaram-se em interpretação própria da profecia das 2.300 tardes e manhãs, descrita no livro de Daniel, no capítulo 8o, no Antigo Testamento da Bíblia Sagrada.Pelo fato de o segundo advento (a Volta do Divino Mestre ao plano das formas) não ter se dado, essa ocasião foi por eles denominada o Dia do Grande Desapontamento.
No sábado, 22/10, durante a sessão solene das comemorações dos 22 anos do Templo da Boa Vontade, que tive a honra de comandar, reforcei que não percamos de vista o necessário cuidado que devemos ter ao propor datas para o cumprimento das profecias de Deus. Como colaboração ao tema, apresento-lhes aqui trechos do capítulo “A questão espiritual do Tempo”, constante do meu livro “Jesus, o Profeta Divino”, um dos campeões de venda da 15a Bienal Internacional do Livro do Rio de Janeiro, em setembro de 2011:Essa questão do tempo, que está realmente próximo (Apocalipse, 1:1) — mas sempre lembrando que o tempo próximo da profecia apocalíptica se realiza por partes, dentro de grandes partes e da Grande Parte Final —, por sua vez, deve ser com insistência objeto de estudo e reflexão. O salmista no Velho Testamento da Bíblia Sagrada (Salmos, 90:4) o afirma e Pedro Apóstolo (Segunda Epístola, 3:8 e 9) no Novo Testamento o ratifica: “Mil anos dos homens são para Deus como o dia de ontem que já passou”. “Então, Jesus pediu dois dias para voltar”, constantemente destacava o saudoso Alziro Zarur. “E vai ressurgir, do mesmo modo como (no passado) ressuscitou, ao terceiro dia”, depois de ter sido “morto” e “sepultado” pelos seres humanos, os quais veio salvar. Atentemos ainda para o fato de que esse “terceiro dia”, que terá início em 2001 (estávamos na década de 1990), possui mil anos de duração, segundo a contagem terrena. É palmar que lhes falamos do Terceiro Milênio, que vem logo ali. Nenhum de nós na Terra detém autoridade suficiente para apontar esta ou aquela data como a da Volta de Jesus, mas pode concorrer para abreviá-la, conforme se encontra na Segunda Epístola de Pedro, 3:11 e 12: “(...) Vivei em santo procedimento, (...) esperando e apressando a vinda desse Dia do Senhor (...)”.

José de Paiva Netto é jornalista, radialista e escritor.

paivanetto@lbv.org.br — www.boavontade.com

CACHOEIRA/BAHIA: TERREIRO SECULAR DESTRUÍDO

Árvore centenária foi uma das poucas que restou depois da devastação de 14 hectares de área verde da Roça do Ventura, uma área sagrada do candomblé onde será construído um condomínio de luxo no município de Cachoeira (BA) Divulgação/Centro de Mídia Independente

O empresário e advogado Ademir Oliveira dos Passos está sendo processado em uma ação civil conjunta do Ministério Público Federal e do Ministério Público Estadual da Bahia por ofensa à liberdade religiosa e destruição de patrimônio histórico. Passos é acusado de invadir e destruir 14 hectares de área verde, aterrar uma lagoa e o barracão da Roça de Cima –pertencente ao terreiro de candomblé da Roça do Ventura–, para construção de um condomínio de luxo, localizado no município de Cachoeira (110 km de Salvador).

Segundo a ação, o empresário pretende construir um condomínio-clube com 110 casas na área e se negou a paralisar a construção mesmo após o embargo da obra, determinado pela Justiça. O pedido para suspensão das obras foi feito por conta do processo de tombamento do local, feito pelo Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional).

Se condenado, o empresário deverá reconstruir o barracão, pagar a indenização de mil salários mínimos (R$ 545 mil) à comunidade da Roça do Ventura, além do valor de R$ 455 mil por dano moral coletivo, totalizando R$ 1 milhão. Segundo a ação, houve violação da dignidade da pessoa humana e ao patrimônio religioso, material e imaterial. O local é considerado sagrado por ser o primeiro templo do candomblé da nação “Jeje Mahin”, fundado em 1858.

Na ação, o MPF e o MPE destacaram que o empresário ordenou que funcionários da construção usassem um trator para derrubar árvores centenárias consideradas sagradas, além de aterrar a lagoa de Nanã e destruir louças do século passado, que estavam nos assentamentos dos voduns (imagem de um orixá africano que representa um guerreiro defensor do terreiro). Os órgãos fundamentaram a ação pela “imperiosa necessidade de assegurar a proteção constitucional à liberdade de consciência e de crença”.

A comunidade da Roça destacou que foram derrubadas árvores das espécies jaqueira, sucupira, ubaúba, mangueira, olicuri e são gonçalinho. Tanto a lagoa quanto as árvores foram consagradas aos orixás do candomblé. A Roça do Ventura era o local onde os adeptos mais antigos do candomblé realizavam os rituais africanos.

O valor histórico e etnográfico do terreiro foi destacado em 2008, com o início do processo de tombamento no Iphan. O registro pretende garantir a liberdade e as práticas religiosas ancestrais da Roça. O tombamento abrange um conjunto de imóveis e área do sitio, como a cozinha sagrada, o salão dos rituais, as Casas de Hospedagem do Oiá (que possui um altar), dos Pejis (local das cerimônias), a Casa dos Antepassados, além da área onde estão localizadas 12 árvores consideradas sagradas pelo candomblé e o riacho Caquende.

A Roça do Ventura está localizada na fazenda Altamira –que pertence ao empresário Ademir Oliveira dos Passos–, mas deveria ter sido preservada até um posicionamento do Iphan. Para executar a obra, o empresário teria de pedir autorização do instituto.

Depois da intervenção na área, o Núcleo de Defesa do Patrimônio Histórico, Artístico e Cultural (Nudephac) realizou um laudo sobre os impactos na área e classificou as obras como uma “violação ao direito assegurado pela carta magna de liberdade de crença e proteção aos locais de culto.”

Outro lado

O UOL Notícias entrou em contato durante 15 dias com o escritório de advocacia de Ademir Passos, mas foi informado diversas vezes que o empresário não estava. A reportagem ligou ainda para o telefone celular de Passos, mas ele não atendeu às ligações nem retornou aos recados deixados na caixa postal.

A reportagem também tentou contato com representantes do terreiro, mas ninguém foi encontrado.

CNT investiga suposto abuso sexual contra Kadafi

TRÍPOLI. Entre os muitos episódios obscuros acerca da morte do ditador Muamar Kadafi, o Conselho Nacional de Transição da Líbia (CNT) se comprometeu nesta quarta-feira a investigar rumores de que o ditador tenha sofrido abuso sexual momentos antes de morrer.

Segundo a rede britânica BBC, a investigação é motivada por um vídeo amador, gravado com um celular, que circula pela internet.

As imagens gravadas em Sirta, mostram Kadafi rodeado por uma multidão de combatentes e sendo, supostamente sodomizado.

Ação conta a Otan
A família do falecido governante líbio Muamar Kadafi planeja entrar com uma ação judicial contra a Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) no Tribunal Penal Internacional, por causa do papel desempenhado pela aliança atlântica no assassinato do ex-governante, disse nesta quarta-feira um advogado da família Kadafi.

Kadafi, de 69 anos, foi morto com um tiro na cabeça na quinta-feira passada (20), após forças do governo interino líbio terem tomado em assalto a cidade de Sirta. As circunstâncias da morte de Kadafi ainda não foram esclarecidas, mas já foi confirmado que um caça francês da Otan atacou o comboio onde o ex-governante fugia.

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

BRASÍLIA/DF: MINISTRO AJUDA ESCOLHER NOME PARA SUCEDÊ-LO

O ministro Orlando Silva (Esporte) já estaria resignado a deixar o cargo para que responda às acusações de corrupção, segundo noticia o jornal O Estado de S. Paulo. Ele está reunido com o ministro da Secretaria Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, no Palácio do Planalto, nesta quarta-feira (26) para a definição de quem irá ocupar o cargo, nome que deverá sair do PCdoB. Orlando deve deixar o cargo ainda nesta quarta. Ao contrário do que aconteceu com os outro quatro ministros do atual governo que caíram por indícios de corrupção, a direção do PCdoB decidiu que Orlando não irá renunciar – será demitido pela presidente Dilma Rousseff, para deixar claro que não assume responsabilidade por participação no esquema de desvio de verba pública. Participam também da reunião desta manhã, no Planalto, o presidente do PCdoB, Renato Rabelo, e os líderes do partido na Câmara, Osmar Júnior (PI) e no Senado, Inácio Arruda (CE).


terça-feira, 25 de outubro de 2011


O DIREITO RESIDE NA FORÇA DA MORAL!


Por Genaldo de Melo

Um dos mais sanguinários monstros da arte de comunicar, de formar opinião a partir da mentira repetida minuciosa e insistentemente, deve estar se rebulindo de inveja nas chamas do inferno. Joseph Goebbels, o pai da propaganda mentirosa nazista, deve estar realmente com esse sentimento destrutivo da natureza humana, pois setores da mídia brasileira estão de fato conseguindo superá-lo na arte de mentir e tentar convencer a sociedade com fatos sem fundamento e sem noção.

Ele conseguiu convencer uma nação inteira de que era necessário realmente exterminar todos os judeus, porque segundo o mesmo os alemães eram superiores e tinha a missão de purificar a humanidade. Os setores conservadores do Brasil que coordenam determinados espaços de mídia não estão apenas imitando o chefe da propaganda nazista. Eles estão de fato é superando o desgraçado assassino.

Estão escancarando com a utilização desse poder de informar com a mentira para derrubar a Presidente da República. Estão passando dos limites e muita gente não enxerga ou não quer enxergar mesmo, pelo simples fato de não ter tempo suficiente para pensar, pois o grande irmão orwelliano está pensando por todos, como se fossemos limitados para tanto. E olhe que alguns que têm a capacidade de enxergar o que está acontecendo, e até pensar um pouco, estão sendo literalmente enxertados de idéias mentirosas por jornalistas sem compromisso com a verdade.

Donos de tevês, revistas e tablóides sensacionalistas estão literalmente tentando substituir quem de fato representa politicamente os interesses difusos da sociedade brasileira. Alguns desses conglomerados midiáticos são coordenados por pessoas que estão no auge da megalomania, querendo ser os semideuses das comunicações. E você que está compreendendo o que está acontecendo não pode nem sequer falar em nomes, porque senão pode ser processado e cair nas malhas dos artigos 138, 139, 140 e 141 do Código Penal. E sem dinheiro você pode apodrecer numa cadeia ou no ostracismo social.

Tem uma frase que pela pujança de sua força conceitual está ficando na prática em moda no Brasil: “o direito reside na força”. O direito de dizer qualquer coisa, independente se é verdade ou não, contra pessoas de bem, pelo simples fato de ser o “trator” no processo de comunicar e formar opinião a partir da mentira. Os donos desse modo de fazer comunicação no Brasil fazem cálculos do custo-benefício, e podem guardar dinheiro para pagar pequenas indenizações aos ofendidos. Mas nenhuma força é maior que a força da moral, da honestidade, da ética e da honra.

Não adianta inventar tanto, porque não estamos na Alemanha hitlerista dos idos dos anos trinta e quarenta, quando era tão ridículo ser inteligente. Não somos tão abastados como os setores conservadores da sociedade brasileira, mas literalmente falando não somos limitados, bem como não precisamos inventar factoides para estarmos no poder. A verdade se liberta da mentira, quando os idiotas mexem com as pessoas que vivem da verdade. O direito reside na força da moral.

Fonte: http://genaldo33.blogspot.com

A CREDIBILIDADE DOS ADVOGADOS

Justiça, Tramitação de Processos nos Cartórios

Ações se sucedem inertes nos arquivos dos fóruns da Justiça, Brasil afora. Acumulam-se nos cartórios cíveis e criminais, nas inúmeras comarcas que integram os Tribunais de Justiça de todos os estados brasileiros. Em todo lugar, reclama-se a ausência de operacionalidade, da determinação de decisões com que ações retomem seu trâmite de normalidade. Pleitos instruídos pelas solenidades com que a Lei determina urgência na tramitação e decisão dos magistrados são ignorados, como o Mandato de Segurança, o Habeas Data, e, até o Habeas Corpus.

Advogados, reconhecidamente competentes, correm o risco de perderem a credibilidade da clientela ante tamanho desapreço aos pleitos que protocolam em tais cartórios. Há, entre tantos profissionais da advocacia, alguns a quem a dilação dos cartórios e a ausência de decisões dos magistrados não alcançam suas petições. Ninguém, nenhum servidor da Justiça, nenhum político, tem o poder de influir para que pleitos assinados pelo jurista Thomaz Bastos, por exemplo, sofra dilação ou permaneça nos arquivos da insolubilidade. Com ele e assinadas por ele, as ações correm céleres.

Urge que advogados façam tramitar seus pleitos com a celeridade que os valores das Leis instruem e obrigam. Nunca curvar-se ante ao império da dilação. Nunca silenciar, sobretudo, quando identificar oficiais ou chefes de cartórios que por razões inconfessáveis, vigam-se dos mais militantes, até de seus clientes, não proporcionando normalidade ao trâmite dos processos, com que gera intolerável dilação.


A verdade se liberta da mentira, quando os idiotas mexem com as pessoas que vivem da verdade. O direito reside na força da moral.


segunda-feira, 24 de outubro de 2011

SÃO FÉLIX/BAHIA: A CIDADE EM FESTAS





Amanhece o dia e os fogos anunciam: é 25 de outubro, data magna dos sanfelistas. É aniversário da cidade presépio. Cidade de uma beleza peculiar, de uma paisagem encantadora, de um povo alegre e acolhedor. São 121 anos da, agora reconhecida, Cidade Patrimônio Cultural do Brasil. É aniversário de São Félix!
Originária de um aldeamento de índios Tupinambás, São Félix tem uma história marcada por um passado de lutas, heroísmo e riqueza. Teve grande destaque em lutas e mobilizações sociais, a exemplo das lutas pela Independência do Brasil na Bahia. Já foi uma importante rota comercial, sendo chamada de Cidade Industrial, por ter sido a maior exportadora de charutos do Brasil no século XIX.
Quem olha para bela São Félix, com seus casarões de estilo barroco, colonial, datados dos séculos XVII, XVIII e XIX, pode ter noção da incrível história da cidade.
Entretanto, os anos se passaram, a cidade sofreu diversas transformações, muitas coisas se perderam e se modificaram, mas hoje renasce um enorme desejo de seu povo e de seus governantes de reacender o brilho da cidade. Maior prova disso é o merecido reconhecimento de São Félix como Patrimônio Cultural do Brasil.
Este ano o município comemora seus 121 anos de forma criativa, e evidenciando seu foco principal que é sua cultura e ações de cidadania. Esteve no ciclo de atividades comemorativas do Aniversário de Emancipação Política a seguinte programação: Exposição de artesãs da cidade e comemoração dos 27 anos da Casa de Cultura Américo Simas, encerramento e entrega de certificados a vários sanfelistas que participaram de cursos oferecidos pelo SENAC em parceria com a Prefeitura, Oficina de Culinária, Show de piadas e dança afro, exibição de vídeos sobre a cultura de São Félix. Também foi realizada, às vésperas do aniversário, dia 24, no Porto da cidade, uma grande Feira de Serviços “Cidadania em Ação”, promovida pela Secretaria Municipal de Educação, com stand’s de várias instituições como SAC, SENAC, Banco do Brasil, Ferrovia, Secretaria de Assistência Social, DETRAN, EBDA e etc., além de exposições de trabalhos realizados com alunos das escolas municipais, e da Diretoria Municipal de Esporte e CIPS (Centro Integrado de Promoção à Saúde), show e parque infantil. Na área do esportes, e para população rural, aconteceu a abertura do Campeonato Rural de Futebol.
Hoje, 25 de outubro, a programação é a seguinte: 8h missa solene na Igreja Matriz Deus Menino, 9:30h Abertura de Exposição no Arquivo Público Municipal, 10h Sessão na Câmara de Vereadores e as 11:30h o prefeito Alex Sandro Aleluia inaugura obas de requalificação urbana e abastecimento de água no bairro da Caanga.

Flashes da cidade:

Mudança na dieta mundial
Paiva Netto*

Desde Getúlio Vargas, com o Estado Novo, anunciam que o Brasil se tornará, um dia, celeiro do mundo. Segundo a 12ª estimativa do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola, divulgada em 6 de janeiro de 2011 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), “a safra nacional de cereais, leguminosas e oleaginosas atingiu, em 2010, novo recorde, com 149,5 milhões de toneladas. Esse volume supera em 11,6% o obtido em 2009, que foi de 134 milhões de toneladas, e é 0,4% maior do que o previsto em novembro. O aumento em relação à estimativa do mês anterior se deve às maiores produções de aveia em grão (11,6%), cevada em grão (1,3%), milho em grão total (0,7%), trigo em grão (4,2%) e triticale em grão, cereal obtido a partir do cruzamento do trigo com o centeio, com alta de 5,8%”.
Outro dado revelador aponta o Paraná como líder na produção nacional de grãos, “com uma participação de 21,6%, seguido por Mato Grosso, com 19,3%, e pelo Rio Grande do Sul, com 16,9%. Esses Estados representam juntos 57,8% do total nacional. Na Região Sul, a produção de cereais, leguminosas e oleaginosas alcançou 64,1 milhões de toneladas. No Centro-Oeste, foram 52,5 milhões de toneladas, e no Sudeste, 17,1 milhões de toneladas. No Nordeste, o volume chegou a 11,9 milhões de toneladas, e no Norte, a 4 milhões de toneladas. Comparativamente à safra de 2010, houve incremento nas regiões Norte (6,0%), Sul (22,3%), Centro-Oeste (7,4%) e Nordeste (0,9%), enquanto no Sudeste houve queda de 0,7%”.


Planeta quente e faminto

O possível aumento da temperatura média do planeta em 2,4 graus Celsius até 2020 — conforme recente estudo apresentado pela organização não governamental Fundo Ecológico Universal (FEU) da Argentina — significa perigoso indício do desaparecimento de regiões insulares e, consequentemente, de sucessivas catástrofes naturais. Com estimativa do crescimento da população mundial em 900 milhões para daqui a 10 anos, a produção global de alimentos pode não ser capaz de atender à demanda. O que serviu de base para a pesquisa é o impacto das mudanças climáticas em todo o orbe, que afetou o cultivo dos grãos mais consumidos pelo ser humano: trigo, arroz, milho e soja.

Ainda no relatório do FEU, vislumbra-se alta no preço dos alimentos acompanhada de um número crescente de pessoas com má nutrição. Dados da FAO, organismo das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação, uma em cada sete pessoas sofre desse problema, totalizando cerca de um bilhão de habitantes, sendo as crianças as principais vítimas.


Dieta nova

Ao lado da implantação de novas tecnologias e da adaptação do cultivo dos grãos, o trabalho científico propõe mudança na dieta da população mundial como importante medida atenuante dos efeitos do aquecimento global na atividade agrícola.

Urge, mais do que nunca, conscientizarmo-nos da gravidade dessas previsões, procurando colaborar com ações aparentemente simples, como evitar o desperdício de comida, mas que refletem positivamente em âmbito mundial. Há décadas venho alertando para o fato de que a migalha de hoje é a farta refeição de amanhã.

José de Paiva Netto é jornalista, radialista e escritor.

paivanetto@lbv.org.br — www.boavontade.com

BRASÍLIA/DF

Judiciário sub judice
O noticiário grita: juízes querem ganhar acima do teto, juízes que praticaram crimes são "punidos" apenas com aposentadoria. Por tudo isso, a imagem do Judiciário está sub judice. E essa é a notícia mais triste de todas.





Do Blog Abra a Boca Cidadão

Enquanto aguardamos o dia em que o Supremo Tribunal Federal apreciará a Adin que pretende impor restrições à atuação do Conselho Nacional de Justiça na investigação de juízes e desembargadores, o ABC continua atento, acompanhando o desenrolar dos fatos, declarações e reflexões provocados pela afirmação bombástica da ministra-corregedora Eliana Calmon, que chacoalhou os pilares do Judiciário ao alertar que há "bandidos de toga" nos tribunais brasileiros.

A mulher certa no lugar certo e na hora certa. Juíza de carreira, a ministra conhece os meandros deste Poder e sabe muito bem do que está falando.

O ABC, blog ativista e cidadão, dedicado entre outros temas a contemplar a Justiça, os direitos humanos e a cidadania, e este blogueiro, vítima de um Judiciário no mínimo "moroso", apoiam incondicionalmente a ministra-corregedora Eliana Calmon, em sua cruzada para a moralização do Judiciário.

A seguir, mais um artigo sobre a crise no mais poderoso, fechado, arcaico e elitista dos três poderes e sua imagem na mídia.

A IMAGEM DO PODER JUDICIÁRIO NO BRASIL ESTÁ SUB JUDICE

Em coisa de poucos dias, entrou num transe midiático. Não se sabe onde vai parar. Nem como. Nem se. Há uma semana, a tensão que vinha sendo administrada como assunto interno dos juízes explodiu nas manchetes. A percepção que os brasileiros têm dos seus magistrados não será mais a mesma.

Eugênio Bucci

Estamos passando por um terremoto simbólico, que vem abalando os significados mais tradicionais da instituição. Há apenas uma semana, as placas tectônicas que serviam de alicerce ao edifício da Justiça no Brasil começaram a trepidar em público. Surgiram fissuras no chão dos tribunais: disjunções de sentido encheram o ar de incertezas - éticas, mais que jurídicas. Ministros das altas Cortes descuidaram do linguajar polido, a ponderação e a prudência abriram lugar para discursos raivosos. Juízes deixaram de falar como árbitros. Agora, eles se exasperam como partes inflamadas. Os jurisconsultos, aos quais cabe fazer justiça, atiram-se na arena pública para clamar por... justiça. Justo eles. Diante do noticiário, o homem comum se pergunta: a quem reclamarão seus direitos os jurisconsultos ofendidos? Ao povo?

Mas o noticiário não responde. As capas dos jornais lançam novas dúvidas. O diálogo entre ministros do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) deixa de lado a serenidade. Eliana Calmon, corregedora do órgão, falou de "bandidos que se escondem atrás da toga". Em referência ao Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (TJSP), foi jocosa: "Sabe quando vou inspecionar o TJSP? No dia em que o sargento Garcia prender o Zorro". Em resposta, o ministro Cezar Peluso, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) e também do CNJ, qualificou as declarações de sua colega como "um atentado ao Estado Democrático de Direito". E disse mais: "Em 40 anos de magistratura, nunca li uma coisa tão grave".

A situação, porém, é mais grave do que a leitura que o ministro Peluso faz dela. As palavras que ele leu são apenas o reflexo de um deslocamento mais profundo, tectônico. Fosse apenas o vernáculo, seria simples. Lembremos que, há poucos anos, os ministros Joaquim Barbosa e Gilmar Mendes se insultaram no plenário do Supremo e nem por isso a imagem da instituição sofreu arranhões mais comprometedores. Ambos passaram por deselegantes, talvez, mas o Poder que representam saiu incólume. Agora o cenário é outro. A turbulência não se reduz a destemperos verbais: resulta do afloramento de um choque mais antigo, que caminhava no subterrâneo e de repente veio a público, de modo espetacular. É nesse choque que mora o problema.

Não temos os elementos para traçar uma radiografia das câmaras internas do Judiciário, mas uma análise atenta dos fatos - e de seu significado no noticiário - fornece os dados para uma compreensão mais ampla da crise de imagem. Na grande narrativa histórica que é a construção da democracia no Brasil, o signo do Poder Judiciário começou a resvalar para o polo da resistência a uma demanda central da sociedade: a transparência. Isso se traduz no embate que era interno e agora ficou explícito.

Na cúpula do Judiciário, duas vertentes opostas que se batem. A primeira encarna o valor democrático da transparência, a outra prefere o conforto do corpo opaco. A transparência do Estado tornou-se indispensável para o aprimoramento da normalidade democrática. Resistir a ela significa resistir à modernização das instituições. Acontece que, em capítulos cruciais da História recente - a nossa narrativa histórica -, o Judiciário, infelizmente, aparece como um signo que se alinha aos que preferem a opacidade.

Essa associação de sentidos não ocorre porque os jornalistas são maldosos. Ela é natural. É lógica. O problema não está na intenção oculta dos relatos, mas na significação expressa dos fatos que se sucedem. Basta olhar para eles.

Sabemos que uma das distinções estruturais entre as democracias e os regimes totalitários tem que ver exatamente com isto: enquanto nas primeiras os cidadãos têm direito à privacidade pessoal assim como têm o direito de fiscalizar os negócios do Estado, nos segundos o Estado é opaco, blindado ao olhar do público, e dispõe de instrumentos para bisbilhotar a intimidade de toda a gente. Daí ser tão grave que a imagem do Poder Judiciário apareça com frequência associada àqueles que são inimigos da transparência.

Essa associação nefasta se manifesta em pelo menos dois eixos do noticiário.

O primeiro é o da censura judicial. O Judiciário, ainda que por decisões minoritárias, vem aparecendo como um fator que impede a publicação de dezenas de reportagens cujos temas são, predominantemente, investigações jornalísticas sobre atos suspeitos da administração pública. Para quê? Para proteger políticos que não admitem prestar contas. Num tempo em que a censura foi extinta constitucionalmente, alguns juízes entram em cena como guardiães de uma reserva ecológica da censura, prejudicando grandes jornais e pequenos blogs, ferindo o direito à informação do público, beneficiando oligarquias que rechaçam qualquer fiscalização.

No segundo eixo, esse que explodiu nas manchetes há uma semana, temos as tentativas de esvaziar o poder de investigação de atos das próprias autoridades judiciárias. Isso transpareceu, há mais tempo, de modo mais discreto, na oposição à ideia de controle externo, representada pela criação do CNJ. Hoje, o mesmo traço se escancara na tentativa de esvaziar o poder desse órgão.

Aí está o fundamento da crise de imagem. O restante é consequência. O restante aparece como privilégios que dependem da opacidade. O noticiário grita: juízes querem ganhar acima do teto, juízes que praticaram crimes são "punidos" apenas com aposentadoria. Por tudo isso, a imagem do Judiciário está sub judice. E essa é a notícia mais triste de todas.

*Eugênio Bucci, jornalista, é professor da Eca-USP e da ESPM