quinta-feira, 12 de agosto de 2010

SALVADOR/BAHIA: DIA DO PATRIMÔNIO CULTURAL É COMEMORADO COM VISITAS GUIADAS

IPAC realiza projeto de Visitas Guiadas a Patrimônios Históricos em comemoração ao dia 17 de agosto.

Com o objetivo de difundir a cultura e o aprendizado sobre o patrimônio histórico, o IPAC- Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia, autarquia vinculada à Secretaria de Cultura/ SECULT, lança oficialmente na próxima terça-feira, dia 17, data que se comemora o Dia do Patrimônio Cultural, o projeto Visitas Guiadas aos monumentos integrantes do Programa de Desenvolvimento do Turismo / PRODETUR II. A atividade é gratuita e os monumentos que poderão receber visitação pública orientada por técnicos da instituição até dezembro deste ano são: Palácio Rio Branco, Casa das Sete Mortes, Igreja de Nossa Senhora da Conceição do Boqueirão, Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos e Igreja de Nossa Senhora do Pilar .

O Projeto Visitas Guiadas integra as ações de educação patrimonial do Plano de Reabilitação Participativo do Centro Antigo de Salvador – CAS, desenvolvido sob a coordenação da SECULT, através do Escritório de Referência para o CAS / ERCAS em parceria com a Prefeitura de Salvador, o Governo Federal e a UNESCO. O Projeto envolve parcerias entre órgãos públicos, a Arquidiocese de Salvador, as Irmandades do Rosário e do Pilar, além da Casa Pia e Órfãos de São Joaquim. O Diretor Geral do IPAC, Dr. Frederico Mendonça acrescenta que essa ação “surgiu da necessidade de informar a população da importância da preservação dos nossos monumentos que foram restaurados com recursos do Ministério do Turismo, do Banco do Nordeste e do Governo da Bahia”.

A programação de visitas guiadas por técnicos responsáveis pelas obras de restauro dos imóveis e de seus bens móveis integrados da próxima terça-feira (17) abrange a Igreja de Nossa Senhora do Pilar e seu cemitério, às 9h; Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos, às 11h e Igreja de Nossa Senhora da Conceição do Boqueirão, às 14h30, no qual serão. Às 16 horas era realizada uma visita guiada à “Casa das Sete Mortes”, quando o IPAC assinará a devolução do imóvel restaurado a seus proprietários, a Casa Pia e Órfãos de São Joaquim, na presença de convidados do Ministério do Turismo, Banco do Nordeste e autoridades governamentais, civis e eclesiásticas.

A partir da primeira semana de setembro, as visitas guiadas aos monumentos serão realizadas uma quinta-feira por mês até dezembro deste ano, conforme programação:

Casa das Sete Mortes - 02.09 / 30.09 / 28.10 / 25.11, às 15h;

Igreja de N.Sra. da Conceição do Boqueirão - 09.09 / 07.10 / 04.11 / 02.12, às 15h;

Igreja de N.Sra. do Pilar - 16.09 / 14.10 / 11.11 / 09.12, às 09h;

Igreja de N.Sra. do Rosário dos Homens Pretos - 23.09 / 21.10 / 18.11 / 16.12, às 15h.

O Palácio Rio Branco apresenta uma programação específica de visitas guiadas por monitores auxiliados por técnicos da Fundação Pedro Calmon, através do Memorial dos Governadores, em parceria com o IPAC. Elas transcorrem todas as terças e quintas, às 10h e 15h, e sábados, às 13h30.

As visitas podem ser agendadas por grupos de até 40 indivíduos através dos telefones (71) 3117-6491/92 ou pelo endereço eletrônico visitasguiadas.ipac@gmail.com. No caso do Palácio Rio Branco, poderão ser agendadas pessoalmente, também, junto aos atendentes do Memorial dos Governadores.

MONUMENTOS E IGREJAS RECUPERADOS

CONTAM A HISTÓRIA DA BAHIA

Palácio Rio Branco


Antiga residência de governadores, o Palácio Rio Branco atrai pela sua bela estrutura arquitetônica e seu rico acervo histórico integrado. Atualmente, com fachada eclética, refinado interior em estilo do período Belle Époque e símbolos da República em relevo, ele está instalado no local onde se iniciou a história do Brasil. Instalado a 70 metros de altura do nível do mar, acima da Baía de Todos os Santos, o Palácio foi construído no mesmo local onde Thomé de Souza edificou, em 1549, a primeira casa governamental do Brasil.

Pela primeira vez exposto na sua totalidade o Palácio Rio Branco abriu suas portas para a visitação pública no dia 10 de junho deste ano, logo após ser entregue pelo Presidente Luis Inácio Lula da Silva, juntamente com diversos ministros e o Governador do Estado, Jaques Wagner. O imóvel passou por uma grande reforma, coordenada pelo Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (IPAC), autarquia vinculada à Secretaria de Cultura/ SECULT, com investimento de R$7,3 milhões. Sua reabertura possibilitou ao público a apreciação de locais como a sala dos espelhos, com móveis no estilo Luís XV, varandas com pisos em pastilhas, sala de despachos dos governadores e sala de reunião, entre outros cômodos e áreas.

Casa das Sete Mortes

Assim nomeada, a Casa das Sete Mortes é fruto de lendas que permeiam a sua história, cujo fato mais curioso é o de que sete mortes teriam ocorrido no século XVIII. No entanto, fontes documentais (livros do Tribunal de Relação da Bahia) registram apenas quatro mortes por assassinato, na casa, no ano de 1755. Sua localização fica na esquina interna da antiga Rua do Passo, hoje Ribeiro dos Santos, n° 24.

Sua composição artística constitui-se de elementos construtivos e estilísticos da Península Ibérica (de portugueses e espanhóis e árabes), com arremates sofisticados da moda vigente, requintes ingleses de aparência e asseio que se materializaram em pátios, azulejos e banheiros. De propriedade da Casa Pia e Órfãos de São Joaquim, a Casa foi tombada em 1943 e integra o sitio tombado pelo IPHAN, que compreende áreas dos Subdistritos da Sé e do Passo. A “Casa das Sete Mortes” representa a evolução histórica de uma unidade arquitetural através dos tempos, permanecendo, assim, com sua história, seus mitos e lendas.

Igreja de Nossa Senhora da Conceição do Boqueirão


Pertencente à Venerável Ordem Terceira de Nossa Senhora da Conceição do Boqueirão, a Igreja começou a ser construída em 1726, pouco depois da Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, à qual se assemelha no formato do frontispício, nas torres em bulbo e no frontão rococó revestido de azulejos brancos. Localizada no topo da escarpa de 70 metros de altura, que divide as cidades Alta e Baixa, no Centro Histórico de Salvador - CHS, a igreja fica no bairro de Santo Antônio Além do Carmo.

Tombada como ‘Patrimônio Nacional’ desde 1980, pelo IPHAN, a Igreja foi entregue à população de Salvador no dia 04 de fevereiro de 2010, na presença do Arcebispo Primaz do Brasil, o Cardeal Dom Geraldo Magella e do Governador do Estado, Jaques Wagner. As obras de reforma e restauração a um custo total de R$ 3 milhões duraram um ano e meio correspondendo à estrutura e cobertura, além da instalação de equipamentos para portadores de necessidades especiais, como elevador e rampa de acesso.

Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos

A Igreja do Rosário dos Pretos foi construída antes de existir o Largo do Pelourinho e muitas outras igrejas e edificações a sua volta. Em 1938, com a criação do Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – SPHAN durante o Governo Vargas a Igreja foi tombada pelo Ministro Gustavo Capanema apoiado por um grupo de intelectuais e artistas modernistas, entre eles, Carlos Drummond de Andrade, Mário de Andrade, Osvald de Andrade, Lúcio Costa, Airton Senna e Godofredo Filho.

Além de ser tombado individualmente como Obra de Arte, este notável ‘Patrimônio Nacional’ é parte integrante do Conjunto Arquitetônico, Urbanístico e Paisagístico do Centro Histórico de Salvador – CHS. O monumento está localizado na depressão do Taboão, Largo do Pelourinho ou Praça José de Alencar. Sua fachada apresenta frontão rococó e é coroada por duas torres terminadas por bulbos de muitos ressaltos revestidos de azulejos. O interior apresenta púlpitos de influência rococó e altares neoclássicos. As paredes são revestidas de azulejos bicolores relatando episódios da vida de São Domingos, santo da devoção do Rosário. No altar-mor está situada a imagem de Nossa Senhora do Rosário.

Igreja do Pilar e cemitério

Datada da primeira metade do Século XVIII, a Igreja do Pilar passa por intervenções restaurativas. No pátio da igreja encontra-se a fonte de Santa Luzia, que atrai grande número de fiéis no dia 13 de dezembro, data de sua festa. Situada na parte baixa da cidade, a igreja integra a zona de preservação rigorosa e a encosta da Montanha, que divide a cidade em dois níveis. Supõe-se que a sua construção teve início por volta da segunda metade do século XVII, sendo fundada, segundo Frei Agostinho, por Padre Pascoal Duran de Carvalho, João Heitor e Miguel Gomes, tendo sido tombada pelo IPHAN em 17 de junho de 1938.

Edifício de notável mérito arquitetônico, a igreja é precedida de um amplo adro à direita, do qual se encontra o cemitério da Irmandade de feição neoclássica. Existem azulejos do período de 1750 a 1760 de diferentes oficinas portuguesas. Com ricas alfaias, a igreja possui coroa com 140 brilhantes, diadema de ouro proveniente do Porto, além de custódias e cálices. Em julho de 2008 iniciou-se a restauração do monumento, com recursos do Ministério do Turismo, através do PRODETUR II e do Banco do Nordeste - BNB, e totalizou R$ 4,4 milhões. A obra foi executada pelo Governo do Estado da Bahia através do IPAC / SECULT.

Núcleo de Comunicação do Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia- IPAC-

Tls. ( 71 ) 3117-6490 / 3116-6673

e-mail: ascom.ipac@ipac.ba.gov.br

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